sexta-feira, outubro 08, 2004

Where were you in 82 ?

Um dos meus discos do momento chama-se "Remixes 81-84".
Sai no final do Mês e traz de volta uma das minhas bandas de eleição, os Depeche Mode.
Digipack com três cds, mais um de remisturas raras e outro (normal) á lá " singles best of", compõem este "Greatest hits remixed", que faz, exemplarmente, o Upgrade do grupo para o novo século.
Por aqui passam alguns dos melhores remixers do momento: Colder, Danny Tenaglia, Daniel Miller, Underworld, Portishead, Timo Maas, William Orbit, Francois Kervokian, Krueder & Dorfmeister, entre muitos outros.
Ando em loop a ouvir "Enjoy the silence", revisto pelo Ewan Pearson, e também "Halo" e "Home", pelos Goldfrap e Air, respectivamente.
O resto tenciono descobrir e consumir com calma, sem grandes pressas, como quem sorve um licor espirituoso a bater o pé.
...

Á boleia, resgatei da prateleira "Speak and spell" e "A broken flame", os dois primeiros álbuns dos Depeche Mode.
Datam do inicio dos anos 80 e são obras fundamentais para perceber a corrente Neo-Romãntica dos Eighties e o arranque da contaminação /exposição da electrónica por parte do grande público.
Estavamos em 1982.
Vinte e dois anos depois, é ainda um prazer ouvir temas como " See you", " Leave in silence" ou " Get the balance right". É gratificante a sensação, misto de bem-estar e nostalgia.
Sinto-me priviligiado por ter crescido neste tempo. Sorrio em antecipação, imaginando-me no Lux " ladeado de uma geração que desconheçe os Depeche mas que estará no mesmo comprimento de onda.
Esta é a geração do Tiga, do Felix, da Miss Kittin, das Chicks on Speed, dos Ladytron, Soviet, Schneider, Zootwoman, Fisherspooner e toda esta nova malta que sorve descaradamente os Depeche, Kraftwerk, Human League, Yazoo, Heaven 17, Visage e afins, num baralhar e dar de novo que tem tudo de engraçado, mas nada de original. Nem musicalmente nem taopouco em atitude.
O histerismo do "80´s revival" que assola o pais desde há dois anos, e que teima em partir, arrastando mulidões por festas do Club Kitten - e afins - de norte a sul é, a meu ver, explicado por uma falta de referêncial comum de toda uma geração que a música ( e as próprias bandas ) não conseguem fidelizar, tal o vórtex consumista e a imediatez do mesmo.
Há que ouvir depressa e ver mais rápido ainda, porque a caminho vem já outra "Next Big Thing" pronta a estrear. Não há tempo para envolvimentos, não há paixão na novidade...não há alma no plastico.
Faltam canções a sério com tanta música para os olhos!
E falta também alguma ingenuidade, deles e nossa, que não é passivel de reprodução, por mais que se tente, num estúdio moderno...de som ou de imagem.
De resto, nunca uma cópia suplantou o original!
Os "puristas" do Electro(Clash) deviam "bater a pala" a estes senhores.
Ou, pelo menos, indigar melhor sobre a validade artística da coisa...




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