segunda-feira, julho 30, 2007

As grandes conquistas do homem

1) A higiene.
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A majestosa figura defronte a esta bela obra esconde um legado de 400 anos de javardice.
Vejamos: quando se visita o Palácio de Versailles, em Paris, observa-se que o sumptuoso palácio não tem casas de banho.
Há um razão: na Idade Média, não existiam dentífricos, escovas de dentes, perfumes, desodorizantes ou papel higiénico.
As excrescências humanas eram despejadas directamente pelas janelas do palácio.
Imagine-se, pois, num dia de festa, a cozinha do palácio, que conseguia preparar um banquete para 1.500 pessoas, sem a mínima higiene.
Mais: nos filmes de hoje, de reconstituição histórica, as pessoas são abanadas.
A explicação não está no calor, mas sim no mau cheiro que vinha debaixo das saias (feitas propositadamente para travar o odor das partes íntimas, já que não havia higiene). O fedor era dissipado pelo abanador. Só os nobres tinham empregados para os abanar e dissipar os aromas que o corpo e boca exalavam, além de, também, espantar os insectos. Também não havia o costume de se tomar banho devido ao frio e a quase inexistência de água canalizada.
Quem já esteve em Versailles admirou decerto os belos e enormes jardins que, na época, não eram só contemplados, mas "usados" como sanitários nos mais famosos bailaricos promovidos pela monarquia (não existia WC).
Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de Junho (o início do verão).

A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em Maio; assim, em Junho, o cheiro das pessoas ainda era tolerável.
Entretanto, como alguns odores já começavam a incomodar, as noivas carregavam ramos de flores junto ao corpo para disfarçar o mau cheiro. Daí a explicação de Maio como o "mês das noivas", bem como a figura do"ramo de noiva".
As lavagens eram feitas numa única banheira, enorme e cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, seguiam-se: os outros homens da casa, por ordem de idade; as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebés eram os últimos a tomar banho e quando chegava a sua vez, a água já estava tão suja que era literalmente possível "perder" um bebé lá dentro. Por isso a expressão em inglês " don't throw the baby out with the bath water ", ou seja, literalmente, "não despeje o bebé juntamente com a água do banho".
O telhado das casas não tinha forro e as vigas de madeira que os sustentavam era o melhor lugar para os animais se aquecerem - cães, gatos, ratos e besouros. Quando chovia, as goteiras forçavam os animais a saltarem para o chão. Assim, a expressão "está a chover a potes" encontra o seu equivalente em inglês em " it's raining cats and dogs " (chovem gatos e cães).
Mais: aqueles que tinham dinheiro podiam-se dar-se ao luxo de ter pratos em estanho. Descoheciam era que certos tipos de alimento oxidavam o material, fazendo com que muita gente morresse envenenada (lembre-se, mais uma vez, que os hábitos higiénicos da época eram péssimos). Ora, os tomates, por exemplo, sendo ácidos, foram por isso considerados durante muito tempo venenosos. Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou whisky e a combinação deixava, às vezes, um ou outro indivíduo estateladono chão, numa espécie de narcolepsia induzida pela mistura do álcool com o óxido de estanho.
Alguém que passasse na rua podia pensar tratar-se de um morto e, assim, recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era, então, colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias, ficando a família ao seu redor, em vigília, a comer e a beber, á espera para ver se o morto acordava ou não. E eis o termo velório (vigília junto ao caixão).
Em Inglaterra, alguns anos depois de um cadáver ser enterrado, os caixões eram abertos, os ossos retirados e postos em ossários e o túmulo utilizado para outro cadáver.
Às vezes, ao abrir os caixões, percebia-se que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo.
Surgiu assim a ideia de, ao fechar-se o caixão, amarrar uma tira no pulso do defunto, passá-la por um buraco feito no caixão e amarrá-la a um sino. Depois do enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo, durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento do braço faria o sino tocar. E assim, a pobre criatura seria " saved by the bell", ou "salvo pelo sino", expressão ainda corriqueira.
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Posto isto, a modernidade é ou não é uma coisa bonita?

Os heróis da pequenada (1)

Há muito tempo atrás, quando o império Disney se lembrou de criar super-heróis, também o brasileiro Maurício de Sousa surgiu com um vilão para chatear a turma da Mónica e do Cebolinha. O Capitão Feio era o idolo do Cascão porque vivia na sujidade, nunca tomava banho e queria transformar o mundo num gigantesco chiqueiro.
Era um porco, basicamente.
Lembro-me que tudo o que eram livros de BD na época chegavam a Portugal pela chancela da editora Abril religiosamente ás terças e quintas-feiras.
Para a criançada, era como se fosse Natal duas vezes por semana.

domingo, julho 29, 2007

Kubo mágico












O melhor "Outdoor" em Lisboa para desfrutar dum fim de tarde ideal e entrar pela noite dentro. Em Santos, a dois dedos do Tejo.

quinta-feira, julho 26, 2007

Duh

"Não sei porque é que pagam dinheiro para ir ao cinema ver uma coisa que passa de borla, todas as semanas, na televisão!".
E com esta dúvida do Hommer logo no ínicio do filme (mas que podia ser minha), ficamos desarmados. Tenho achado estranho todo este histerismo mundial á volta do filme, sobretudo porque não acrescenta nada á série. Mas depois de ver uma sala repleta de todos os tipos de público em perfeita sintonia, acabei por me render a uma evidência com 10 anos: os Simpsons são a melhor série de animação de sempre. Melhor ainda, são tranversais, intemporais e o melhor tratado sobre a estupidez humana de que há memória.

O filme, de uma hora e meia, passa num ápice, vê-se como se fosse um episódio normal de televisão, mantém o mesmo humor genial ("Spider pig, spider pig..."), mas de forma mais acutilante.



Se
eu
fosse
um
"Simpson",
seria
provavelmente
assim.
Mais
côr,
menos
côr.

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sexta-feira, julho 20, 2007

Absolute

É o nome do disco que é posto á venda na próxima segunda-feira e que compila os melhores temas de uma banda muito especial.
Com ela, passei -literalmente- uns momentos inesquecíveis. Outros tantos acompanham-me nas melhores memórias: o auge da melhor rádio alternativa que lisboa já conheceu, um concerto incrivel na Expo, o periodo aúreo da indústria discográfica, alguns devaneios inconfessáveis e outros tantos que, de tão pequenos, acabaram por se tornar gigantes.
A banda-sonora da última metade dos anos 90 fica incompleta sem uma ruiva enérgica a cantar "Stupid girl", "Queer", "Special", "Milk" e o ex-produtor dos Nirvana a puxar pelas guitarras em "Push it". Eram quatro e apesar de ao terceiro disco terem perdido o norte, os dois primeiros álbuns são obrigatórios ainda hoje.
Doze anos depois, eis que chega o fatídico "Best of" a relembrar que o tempo não perdoa. (Passaram doze anos??? ).
Felizmente, "lixo" como este vale ouro... i think.

"We are local people"...











Julgava que não havia nada mais cómico ou grotesco que "Litle Britain" mas enganei-me redondamente. "League of gentleman" é uma série anterior e francamente melhor.

Aliás, depois de se assistir a esta, percebe-se de onde vem a inspiração da outra.
Justiça seja feita, esta pequena comunidade vale por uma inglaterra inteira.

quarta-feira, julho 18, 2007

On the run


Não há actualmente nada na televisão que produza o mesmo efeito de "Prision Break":
a série é tão viciante que se tornar impossivel assistir a um único episódio sem que se consumam mais uns quantos de seguida.
A acção decorre a 300/hora, as conspirações parecem infindáveis e a adrenalina de sofá não conhece limites.
Talvez por isso, tenha despachado a segunda série em apenas dois dias, sacrificando umas quantas horas de sono, é verdade, mas garantindo uns bons, e constantes, níveis de ansiedade.
Sempre faz melhor que o café...

Top secret



É um filme, estreia em Janeiro de 2008, já tem data, já tem "trailer"e poster mas ... não tem título.
Tem como aliado a ferramenta de marketing mais eficaz á face da terra (o boca-a-boca) e o "buzz" gerado em torno do novo projecto do criador de "Lost" começa já a assumir contornos semelhantes ao criado em torno do clássico "Blair witch project" há uns anos atrás.
Nada se sabe sobre o novo projecto mas meio mundo já anda a falar dele.
Resta esperar por 18 de Janeiro do ano que vem para matar a sede.




Paz de espírito

"Sair da cidade para viver no campo é o sonho de muita gente.

Foi o que fiz e, infelizmente, a realidade é muito complicada.

Vivo numa casa dependente do sol. Funciona! Tenho a calma do silêncio e só oiço os passarinhos. Funciona! Tenho terra suficiente para fazer um pouco de agricultura biológica. Funciona! Tenho animais que são felizes e me fazem feliz. Funciona! Tenho vizinhos simples e rurais. Não funciona! São na grande maioria velhos e analfabetos que por tudo e por nada despejam venenos (autorizados) nas suas culturas com a maior das boas consciências. Para eles, ter cães sem correntes de meio metro ao pescoço é uma irresponsabilidade e bizarria. Tenho três cães entre a vida e a morte porque ousaram roubar e comer umas ervas ao vizinho, que pulverizou a terra com um produto fatal, vendido a pessoas que não sabem ler os rótulos e não tem respeito pelos seres vivos e pelo meio ambiente. Ter crianças a brincar nos campos é crime. Não funciona! Ter os caçadores na nossa terra a darem tiros ao nosso lado não é crime. Não funciona! Ter um guarda da associativa de caça (com arma no cinto) sempre alcoolizado não é crime. Não funciona! Concluo que, em Portugal, ter qualidade de vida é viver num segundo esquerdo, plantar alfaces na varanda, ter cães em marquises, ter passarinhos numa gaiola e não saber quem é o vizinho.

Saudável, não é?"

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O texto é da Madalena, que debandou para Torres Vedras.

A imagem/animação que ilustra esta fábula contemporânea é do Bruno.
http://www.bozzetto.com/neuro.htm

O dilema continua a ser meu.


terça-feira, julho 17, 2007

Vontade de partir


Voltar...

ao rebuliço implica voltar a ler a actualidade.
No dia do regresso ao activo, o que marcou o país?
Os novos radares na cintura de Lisboa, que detectaram 4.000 infractores em 24 horas; o anúncio de 22 mortos e 925 feridos nas estradas na passada semana; as andanças do novo presidente da câmara (e também a anunciada crise que se anuncia nos principais partidos políticos); o aborto, que já pode ser posto em prática (excepto - polémica!- nas regiões autónomas); um triplo homicidio seguido de suicidio no Montijo; as declarações polémicas do recém-casado José Saramago, que defende que "Portugal devia ser uma província de Espanha"; uma comissão de especialistas a reiterar a subida urgente do IVA para 25% para salvar a segurança social; mais coca apreendida no Norte; um militar da GNR preso por corrupção; um corpo de uma jovem de 30 anos encontrado a boiar em Lagoa; a Transtejo, prestes a entrar novamente em greve e, em dia de julgamento, as senhoras de Bragança a defenderem o regresso das "meninas" a bem do comércio.
E o que se viu hoje no mundo?
Uma nuvem tóxica sobre a Ucrânia, um fuga de gás radioactivo no Japão, confrontos armados no México, incêndios no sul de França, escravatura denunciada no Brasil e na China e Paris Hilton a compõr um segundo disco.
Foge-se para onde?

segunda-feira, julho 09, 2007

Ir...

de férias.
De chinelos, calções e t-shirt, farnel generoso, meia dúzia de tostões, dvd´s da "Britcom", morangos frescos, dois paperbacks" e o "Umbrella" da Rhiana, não vá o tempo tece-las...

domingo, julho 08, 2007

Never ending crisis















Intocável durante anos, a revitalização e sequela da original "Crisis" da DC converteu-se no novo filão da editora.
Há anos ás voltas com "Crises infinitas" e "crises de identidade", eis que se fundem o passado com o presente, com um "Superboy Prime" aliado a um "Anti-monitor" em plena crise na corporação dos "Green Lanterns".
Para o ano que vem, anuncia-se a crise derradeira, a "final crisis".
A ver se é desta.

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Music, please

Ainda há poucos dias, a RTP brindou o seu público com um concerto em memória da princesa Diana onde Maria Elisa e o eterno Júlio Isidro tentaram brilhar em estúdio mais do que os artistas em palco.
Ainda não refeito do susto, eis que o serviço público regressou ontem ao ataque com o "Live Earth", um mega-concerto global subordinado ao tema "the concerts for the climate in crisis".
Concertos? Quais concertos?
Num dia que se anunciava de música, o resultado traduziu-se em quase 24 horas de conversa barata com convidados dúvidosos em estúdio, com a necessidade de protagonismo dos apresentadores a falar mais alto, com uma absoluta falta de "timming" nas intervenções, com falsos directos, banalidades e conversa, conversa, conversa. Mas afinal a ideia era ouvir música ou ouvir o Malato e convidados a falarem de pilhas?

sábado, julho 07, 2007

O dia que conta

Na trigésima sétima semana do ano, o dia 07 do 07 de 2007.
Muitos setes naquele que, dizem, será o dia com a melhor energia deste ano.
É sábado, está sol, adivinha-se um polvo á lagareiro numa saida de Lisboa para estar mais perto, e em exclusivo, daquilo e de quem importa realmente.
Logo, este será um dia para mandar passear o dispensável e as tretas do quotidiano, hoje dominado localmente pela eleição das sete manhosas maravilhas do mundo que, televisivamente, estará em despique com o evento "Live Earth". O estádio da Luz está ao rubro, o pavilhão Atlântico deverá estar cheio e muitos televisores estarão ininterruptamente a alternar entre as pirâmides, os Pearl Jam, a muralha da China e Madonna.
No dia sete, o que importa são os meus 8. E o meu polvo á lagareiro.

terça-feira, julho 03, 2007

Euphoria...

no melhor concerto do ano.
Way to go, mates!

segunda-feira, julho 02, 2007

Psicotrópicos

Rebentam os músculos, provocam alheamento momentâneo da realidade, cansam os ouvido, ferem os olhos, originam estados catárticos num colectivo, aumentam a frequência cardiaca e potênciam a desideratação.
Não são uma droga, apesar de terem conhecido a fama á custa delas e de Danny Boyle.
Underworld.
Quinta feira, em Lisboa.
Dançar até morrer.