sexta-feira, setembro 28, 2007

Halelujah!


"To the sky" é o single (sai dia 15)que anuncia a chegada de um dos discos mais estimulantes do ano, o àlbum estreia dos Maps, projecto britânico de um homem só.
"We can create" esteve por um triz por não sair cá, mas chega finalmente ás lojas no próximo dia 8. Tk god.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Thirty, something

A revista “Visão” tem como título de capa “Ter 30 anos em Portugal” na mesma semana em que a minha turma de nôno ano se reencontra para jantar.
A frase surge a “bold”, no meio de um casal de ar imaculado que parece representar uma marca de pijamas. Desfeito o equívoco, percebe-se que ilustram afinal a tal geração que dá o mote à reportagem.
Os entrevistados têm todos 31 anos (à excepção de um dentista com 34) e a prosa, assente/justificada por dados estatísticos, diz que a malta de trinta e picos representa “os filhos da revolução tecnológica e de um pais sem fronteiras”.
Reportagem aparte, pelo que percebi no sábado, todos nós temos (ou a grande maioria tem) mais de 35. Ou seja, não coubemos nestas estatísticas e provavelmente não iremos caber na seguinte, a dos 40, a não ser que alguém se lembre de perceber como corre a vida à rapaziada dos 37 e 38 anos.
Caso existisse, a resposta seria semelhante aos corriqueiros “está tudo bem!” ou “vai-se andando!”que disparamos em automático, no frenesim do dia-a-dia, quando nos cruzamos com um amigo.
Mas convenhamos, não está tudo bem.

A verdade é que não sabemos muito bem o que fazer.
Isto é, alguns de nós não sabem.
(È normal não saber o que fazer. Acontece-me, por exemplo, quase todos os dias por volta da hora de jantar, quando abro o frigorífico...)

Esta sensação de desnorte vem do facto de sermos obrigados a reposicionarmo-nos constantemente, a desenrascar-nos, já que devemos ter sido a última geração a crescer com valores bem definidos, bem estruturados e com os “coisos” no sítio. O problema é que os ditos são actualmente esticados e espremido até ao limite, tal qual a conhecida personagem do “Quarteto fantástico”.
Os tempos “modernos” insistem em transformar-nos os tomates em polpa e os neurónios (para não falar no reumático) acusam já o desgaste. Afinal de contas, andamos nisto há anos e anos e não há maneira de avistar o fim da empreitada, que deveria chegar sob a forma da tão almejada “segurança” ou estabilidade, seja ela a que nível for.
Pelo meio, vão-se desculpando os descuidos dos outros, as nossas ausências, diz-se que a falta de tempo é o grande problema moderno, que é tudo demasiado rápido, que se vive “pela “rama”, que se comunica mal, que se ama pouco, etc. Talvez.
O que importa é que neste sábado, vivi por umas horas num tempo “emprestado” e percebi a enorme gratidão que, afinal, tenho para com o liceu.
Naquela altura, o “tempo” do relógio parecia infinito. Tanto que nem dava por ele, protegido por uma ingenuidade de outros tempos.
Hoje, quando olho para trás, há alturas em que sinto um nó na garganta e um aperto na alma porque sei que, por mais que regresse, não irei regressar nunca. E sigo em frente.
Domingo foi um dia estranho, nostálgico. E hoje, segunda-feira, tudo regressou ao normal, ao nosso tempo: ao dos Blogs ao invés dos diários, do Hi5 ao invés dos papéis trocados em segredo nas salas de aula, do Messenger que substitui as conversas nos cafés e pátios da escola, do Second Life que dá nova razão á existência e aos telemóveis, reais promotores de desencontros e atrasos, cada vez mais parecidos com os extintos “Pagers”, de tanta SMS que enviam.
Todas estas conquistas tecnológicas, geracionalmente transversais – o que é óptimo, implicam novos encaixes, novas mudança, o que comprova a nossa elasticidade e capacidade única de acertar o passo com tudo o que nos rodeia.

Fico genuinamente contente por perceber que a minha turma é aquela que ainda não segue a toque de caixa.
Somos grandes, malta, mesmo que as estatísticas não digam.

Cala-te boca...

- "Quando engravidar, peço a Deus que a Maddie reencarne no meu bébé"
(Elsa Raposo, "Tv Mais")


Wall.e

é o novo filme da Pixar, que chega apenas em Junho do próximo ano.
"Wall.e" é um robot á procura do sentido da vida, depois de 700 anos a cumprir a sua programação original: ajudar a limpar o planeta depois de uma vaga de consumismo desenfreado o ter poluido até ao limite.
A população humana é assim obrigada a ir temporariamente para outros destinos enquanto se procedem ás limpezas. Só que um erro faz com que todos os rôbots da mesma série falhem e a limpeza global não se concretize. Todos falham, com a excepção de um:

Wall-.e, que se transforma assim no último robot á face da terra e para quem a "vida" ganha um novo sentido.

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quinta-feira, setembro 20, 2007

Traz um amigo também?

É em alturas como esta que nos questionamos seriamente.
Está um individuo está a tentar ganhar a vida honestamente quando é confrontado com o seguinte:

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"FAUSTO E JOSÉ MÁRIO BRANCO
“LADO A LADO”
COM MAFALDA VEIGA E JOÃO PEDRO PAIS
Coliseu do Porto 29 de Setembro 22h00
Coliseu de Lisboa 03 e 04 de Outubro 22h00

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Temos o prazer de anunciar que dois dos maiores, senão os maiores cantautores do nosso país, vão participar nos concertos “Lado a Lado” que Mafalda Veiga e João Pedro Pais vão dar nos Coliseus (Porto, 29 de Setembro), Lisboa (03 e 04 de Outubro).
Nestes espectáculos vão-se encontrar duas gerações de grandes artistas para oferecer ao público presente um momento de rara beleza, certamente inesquecível.
Solidários como sempre foram e despidos de qualquer vedetismo, José Mário Branco e Fausto sobem ao palco “Lado a Lado”, com Mafalda Veiga e João Pedro Pais.
Esta é sem dúvida uma oportunidade para ver ou rever dois grandes senhores da música portuguesa, importantes referências no trabalho desenvolvido por Mafalda Veiga e João Pedro Pais.
A participação de José Mário Branco, por motivos profissionais, apenas terá lugar nos concertos de Lisboa."
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Ainda em estado de choque, o individuo pergunta:
1) Será Zé Mário, que no "FMI" afrontava a pulmões abertoso regime, o mesmo que estará em despique com a rapariga dos "pássaros do sul", vista diversas vezes nos comicios de Pedro Santana Lopes, ao lado do amigo Pedro Grangêr?
2) É possível imaginar o Fausto a entoar "Ninguém é de ninguém" ?
3) E a rapaziada, toda abraçada no palco, trauteará alegremente "Por este rio acima"?
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"Pobres mas honrados" ???
Mas, afinal... que gente é esta?

Achados

DO MARKETING.


Os novos "perdidos"




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Desgoverno virtual

"Portugal é já o 12º país em número de utilizadores activos do mundo virtual Second Life, subindo 10 lugares em apenas três meses e aumentando em 21% a população portuguesa".
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A notícia não é de estranhar, dada a sucessão de bizarrias governativas nos últimos tempos que parecem saidas de uma realidade alternativa.
Logo, só u
ma fuga "á lá Matrix" faz sentido.
Recuperem-se algumas histórias recentes, para havivar a memória:
- na vitória em Lisboa, António Costa ganhou a câmara, mas a festa foi dos populares do Alandroal, de Famalicão e de outros pontos do país, que celebraram frente ao Hotel Altis, vindos de uma misteriosa e oportuna excursão;
- durante a apresentação do plano tecnológico da educação, os alunos que ouviram Sócrates falar da "escola do futuro" foram, afinal, escolhidos por um casting da NBP e pagos a 30 euros por cabeça.

- em 2005, falava-se da intriodução do inglês no ensino básico e da venda de medicamentos fora das farmácias. Até hoje.
- no debate televisivo sobre o estado da nação, o primeiro ministro anunciavou o reforco do apoio á natalidade.
Oito dias depois, uma professora foi contactada pelo ministério da educação pra rectificar a sua candidatura a titular.
Foi penalizada por ter uma filha.
- a propósito do fecho dos centros de saúde, anunciou-se em 2012 a abertura o hospital central do Algarve que custará 200 milhões de Euros.
Até lá, continuam os estudos da construção de um novo aeroporto e, um pouco por todo o país, continuam a tentar marcar-se consultadas nos centros de saúde sobreviventes, esperando que abram inscrições para o mês pretendido e tentando garantir senhas de atendimento diárias através de filas que começam fora do estabelecimento, muito antes do sol nascer.
No "Second life", não há dramas destes.
Só "Trip" (hop) do melhor.
http://www.youtube.com/watch?v=pBxWg1yWML0

terça-feira, setembro 18, 2007

Across the universe

O que é que existiu de tão especial nos anos 70 que não exista hoje?
Porque é que, ciclicamente, se recua a esta década?
A resposta talvez esteja na genuinidade da entrega e na forma como se abraçavam afectos, causas e príncipios em oposição ao vazio actual.
Este mês, o cinema volta lá.

Esqueça "Hair" e mude o disco.

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“Não gosto de estar em casa mas não suporto estar em mais lado nenhum”.

A frase é do músico Nick Drake, em plena depressão.

Morreu aos 26 anos, em 1974, deixou património em três álbuns, desprezados na altura e actualmente colocados nos píncaro pela crítica. Podia ter sido tanta coisa (oiça-se o arrepiante "One of these things first") mas nunca foi um artista ou uma pessoa de multidões, ao contrário de Paul Simon, que acompanhado do parasita Art Garfunkel, deu ao mundo, em 1966, o tema que melhor aborda a solidão na música popular.
http://www.youtube.com/watch?v=CaqQF4l_8Ks


domingo, setembro 16, 2007

Ir á bola














"Desfrutem do râguebi na capital do amor".
A mais recente campanha de publicidade a promover Paris.

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Libertação

O primeiro filme pós-férias é também ele, por mero acaso, um regresso.
Já o vi há uns anos. Gostei, mas na altura não percebi porquê.
Continuo a gostar e a não perceber como é que um filme que não tem nada de mais consegue ser tão especial. Esta cena em particular continua a causar arrepios e a música de Simon & Garfunkel por baixo só lhe aumenta a eficácia...

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THE Movie to watch




A mesma vontade

Originalmente publicado a 17 de Julho sob o título "Vontade de partir", recupera-se aqui o cartão de visita do primeiro filme interessante a reter este mês.
Into the Wild” é a adaptação cinematográfica do best-seller com o mesmo nome, de Jon Krakauer.
Christopher McCandless, o jovem idealista desempenhado por Emile Hirsch (que participou em “Alpha Dog” e “Girl Next Door”) troca todos os bens materiais e a sua vida pela paisagem selvagem do Alasca.
Esta história, verídica, tocou milhares de pessoas do mundo inteiro e despertou as atenções dos estúdios de Hollywood..
O filme foi realizado por Sean Penn, que também ficou encarregue do argumento, baseado no best-seller de Krakauer. A image é um plano dos dois (actor e realizador), no primeiro filme interessante da reentrada cinematográfica, assente numa vontade cada vez mais comum, a de dar um novo sentido á existência.

A vontade não é de agora e Setembro sempre foi um mês de apelo á mudança.
http://www.youtube.com/watch?v=2mSniFAXeKo

quarta-feira, setembro 12, 2007

Convite

UPDATE (16/9)







A ideia era apresentar a edição portuguesa do guia de cidades mais conhecido no mundo. Da banalidade do evento, salvaram-se as trufas, a sangria e a boa música do piso de cima.
Definitivamente para esquecer foi a péssima (e fora de horas) prestação de Lindstrom (era o trunfo da noite...) e o Lux, que, igual a si próprio, continua a albergar uma fauna incaracterística.
A revista chega quarta-feira nas bancas.

Looking for Atlantis

Apesar de ter nascido no mesmo ano de "Top Gun", o puto é mesmo bom.
Depois de "Transformers" e "Disturbia",
Shia LaBeouf ("o novo Tom Hanks" na indústria do cinema) é o principal candidato ao papel de Yorick Brown, o protagonsita da série "Y - the last man" da DC Comics que será transposta em breve para o cinema.

Seguro mesmo é o papel do filho de Indiana Jones no quarto tomo da série, "Indiana Jones and the kingdom of the crystal skull", que estreia a 22 de Maio do ano que vem.
Uma nota: a caveira de cristal a que o título faz alusão existe mesmo. Foi descoberta em 1890 no México, remonta á antiga civilização Azteca e é a mesma que Arthur C. Clark mostrava há uns anos no seu televisivo "mundo misterioso" (lembro-me de ser miúdo e da coisa me impressionar de sobremaneira... ).
A caveira ainda hoje me impõe respeito; a ver vamos o filme que, sim, pareçe fazer novamente a ponte entre as caveiras e a civilização maldita: a Atlândita.

The weather with you

Há uns anos, havia estações definidas e tudo tinha o seu tempo. Kispos, samarras, galochas, camisas de gola alta e afins são hoje meros objectos de colecção graças á promiscuidade crescente entre o sol e a chuva, o calor e o frio.
No meio dos acessórios sazonais, sobraram as sandálias, um item que resiste ainda hoje.
E resiste tão bem que ontem, em apenas um dia, sobreviveram a uma caminhada por Lisboa (de manhã), a uma fabulosa tarde de praia na Caparica (á tarde) e a uma intempéride de inverno (á noite), envolvendo relâmpagos, trovoadas, chuva e um chinfrim capaz de fazer inveja aos Deuses nórdicos.
Um dia depois, por precaução, resgata-se o ténis, a meia e a calça para amanhã voltar novamente á bermuda e ao chinelo, numa tentativa de fazer render o verão(?) mais uns dias.
Ao contrário das falidas previsões metereológicas, o tempo já não está para brincadeiras e nós ... já não estamos "nem aí".

Flame on

Este casal ganha a vida a pegar fogo.
Ou melhor, a destabilizar os europeus, pegando fogo a edíficios e monumentos de referência através de instalações de uma grandiosidade e impacto enormes.
Thyra e Pio merecem por isso que se percam alguns (longos) minutos a descobrir as potêncialidades destes incêndiários virtuais num demorado passeio pela sua morada electrônica:
http://www.cityonfire.org/

sexta-feira, setembro 07, 2007

Drop dead gorgeous

Daniela Edburg é uma fotógrafa mexicana de 32 anos, especialista em imagens onde miúdas giras são perseguidas, atacadas ou mortas pelos seus objectos de prazer.
Actualmente, expõe em Miami numa mostra com o título acima mencionado.
Todas as imagens são inspiradas nas grandes produções do cinema fantástico e de terror (por exemplo, as bananas lembram "Os pássaros" de Hitchcock e o algodão côr-de-rosa "O feiticeiro de Oz") e, entre outros mimos, a miudagem é trucidada por Oreos, algodão doce, bananas e M&M´s.









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Entrámos no verão deste ano com metade do planeta a trautear a Rhianna e o seu guarda chuva (uva,uva, hey, hey).

Com o Outono á porta já no dia 21, a rentrée musical promete outros feitos semelhantes e garante, desde já, novas pérolas para as melhores rádios generalistas e pardieiros gay de eleição.

Se esbarrar um destes dias com ...

a) a Pulga morde-rabos
(ou o fenómeno “sapo" deste ano)
http://www.youtube.com/watch?v=O8-oIt4BRAc
B) os Alphabeat e o tema "Fantastic six"
(mais Pop trólaró apadrinhada pelo Mika)
http://www.youtube.com/watch?v=201hRL8Wmo8
... não estranhe.
É a silly season.

Sign of the times

Timbaland, o novo mago dos estúdios, está em todas.
Produtor de créditos firmados, responsável por levar ao grande público uma sonoridade típica do hip hop, é actualmente alvo de disputa por gregos e troianos.
O homem já anda nisto há uns anos e recentemente colaborou com nomes tão díspares como Bjork, Nelly Furtado, Justin Timberlake, Missy Elliot, Pussycat Dolls ou Gwen Stefani e editou ainda um álbum em nome próprio. Na forja, está uma colaboração com M.I.A. e os Coldplay. Conhecido por aplicar o seu cunho pessoal a tudo o que faz e por reabilitar carreiras, é isso mesmo que se propõe fazer este mês com os (re)lançamentos de:
- Britney Spears -

Gimme more
http://www.youtube.com/watch?v=E-UUkxe3524
- Madonna -
"The beat goes on"
(produzido também por Pharrel Williams)

http://www.youtube.com/watch?v=c4gigLj_VS0
- Duran Duran -
"Nightrunner"

http://www.youtube.com/watch?v=SljnmnoIFjM

São três gerações a soarem exatamente ao mesmo... e ao mesmo tempo.
É obra, mas é também curioso e preocupante.
Traz á memória o trio Stock, Aitken & Waterman, um pesadelo que assolou a segunda metade dos anos 80, responsável por uma autêntica geração de clones. Compositores e produtores, forneceram êxitos e levaram á ribalata uma quantidade interminável de artistas, de onde sobressaem nomes como os Dead or Alive, Hazel Dean, Sinitta, Rick Astley, Kylie Minogue, Sigue Sigue Sputnik, Bananarama, Jason Donovan, Cliff Richard, Samantha Fox, Mel & Kim, Donna Summer e por aí fora.
Soava tudo ao mesmo e a diferença, tal como agora, residia apenas na imagem.
SWW eram ingleses; Timbaland é americano.
Separa-os, para além do Atlântico, uma janela de vinte anos.
O que os une é a ditadura da carneirada que, de geração em geração, lá encontra forma de perpetuar a ilusão da mudança.

Smell the coffee

Um psicólogo elaborou uma fórmula matemática para determinar a música mais "animadora" de todos os tempos.
O tema escolhido foi "Wake Up Boo", dos britânicos Boo Radleys.
Tomas Chamorro-Premuzic, professor na Universidade Goldsmiths, afirma que a fórmula permite determinar até que ponto um tema é animador.

A equação mágica consiste em:
P + Pos + T + BPM + I x S.
O "P" representa a altura do som (pitch), o "Pos" indica a percentagem de alusões positivas na letra, o "T" é o tom, "BPM" são as batidas por minuto, o "I" representa as imagens associadas à música e o "S" é o nível de serotonina, um neurotransmissor associado ao bem-estar.

Recorrendo à fórmula, o professor ordenou da seguinte forma o seguinte Top 10 das músicas mais animadoras:

1 ) Boo Radleys - Wake Up Boo!

2 ) Beach Boys - Good Vibrations

3 ) Jackson 5 - I Want You Back

4 ) Beatles - Here Comes The Sun

5 ) Madonna - Holiday

6 ) Van Morrison - Brown Eyed Girl

7 ) The Foundations - Build Me Up Buttercup

8 ) Michael Jackson - Wanna Be Starting Something

9 ) John Paul Young - Love Is In The Air

10 )The Darkness - I Believe In A Thing Called Love


Heróis da Tv

(e agora também fora dela, em Comic, Dvd ...)



















(... e novamente na TV, daqui as uns dias! )






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Curiosidades pós-férias

- Um livro de auto-ajuda ocupa o topo dos expositores livreiros, vende 1.000 exemplares por dia em Portugal e, em três meses, caminha já para a sexta edição;
- Nas últimas duas semanas, segundo a comunicação social, parece haver uma nova vaga de assaltos á mão armada, á média de um por dia, sobretudo a bancos e bombas de gasolina;
- Segundo a mesma, sair á noite actualmente no Porto é quase colocar em risco a propria vida. O alarmismo deve-se a tiroteios constantes e assasinatos causados por rixas entre firmas de segurança privada;
- Mais de 800 mil portugueses ingerem diariamente anti-inflamatórios, pelo menos um por dia;
- A inevitável gripe das aves regressa timídamente á ordem do dia; o folhetim da criança inglesa também;
- Paulo Portas assumiu-se publicamente... como consumidor de filmes piratas numa crónica do jornal "Sol";
- A série "Chiquititas "da Sic, desastre absoluto nas audiência televisiva, é o disco mais vendido no país desde há duas semanas.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Voltar

"Passei os Verões todos da minha infância e adolescência nessa praia com o areal imenso. Agora regressei, década e meia depois, e o areal parecia mais acessível, embora nessa época certamente o percorresse em menos tempo. Não desci à praia desta vez. Não gosto, e além do mais tenho medo, por razões explicáveis e outras menos. Regressar aos locais "onde se foi feliz"? Uma espécie de felicidade, aceito. A felicidade da ignorância e da possibilidade, da simplicidade e da poesia que não respondia por esse nome. Em frente da varanda do meu quarto de hotel, as passadeiras extensas de madeira sustentando famílias em infalível fila indiana. Toalhas e mochilas, chapéus e lancheiras. Nada das multidões algarvias, felizmente, o Algarve onde nunca fui feliz embora tenha sido ignorante, uma praia de rosto humano, esta, como se dizia do socialismo, mas aqui sem ironia. Quase mais espanhóis do que portugueses, não me lembrava disto assim, um ou outro italiano e franceses de primeira geração, gente da Zona Centro, pais com filhas. As esplanadas frente ao mar iguais, como dantes, pacatas mesmo quando concorridas, sempre com famílias empiristas, gelados em cima, mariscos em baixo, os bancos de madeira frente ao Relógio onde podemos meditar melancólicos com o farol em fundo sobre o lado esquerdo. A placidez é a mesma de antigamente. Andei pelas ruas interiores, os prédios baixos, amarelo-torrado, muito desbotados pelo sol e pelo tempo, alguns degradados, mas já estavam assim, ou quase, há vinte anos. Já não sei quem escreveu que as memórias dos dias de nevoeiro se confundem com o nevoeiro das memórias. Havia uma espécie de nevoeiro emocional quando percorri as lojas discretas de artigos estivais, as farmácias concorridas, o mercado demasiado grande e tristemente vazio, o café da esquina onde eu jogava máquinas e que agora já não tem máquinas, os arcaicos e magníficos salões de jogos, agora fechados, como aquele, elegante e quase Riviera, ou aquele outro que tinha carrinhos de choque e tudo e que agora sei que se chama (chamava) Luna, porque as coisas ficam mas não os nomes. Eu lembro-me de uma Figueira da Foz agradavelmente provinciana, antes do "aggiornamento" cosmopolita (digamos assim), uma Figueira com pão (manteiga ou marmelada) e circo (Chen ou Cardinali). Andei à procura de uma comovente loja de brinquedos, onde comprei soldadinhos com Rommel e Montgomery. Não a encontrei, nem ao sítio, e dizem-me que nunca existiu. Há sítios totalmente mudados, prédios, quarteirões, mas outros sei que existiram no meu passado remoto e agora não se encontram e é como se nunca tivessem existido. Nas imediações do Casino, tudo na mesma. O mesmo café central e a casa Havanesa, e gente aos magotes nos restaurantes. Quando era miúdo não conheci estas ruas às duas da manhã. Não sei se estavam cheias e ruidosas; agora estão cheias e ruidosas. As raparigas têm a idade que eu tinha então (não vi mulheres de trinta anos), parecem menos tristes mas não mais felizes. Ando pela marginal junto da praia, sem nunca chegar a Buarcos (que está irreconhecível), ficando apenas pela minha pequena Riviera. Aqui aprendi tudo e não aconteceu nada. Uma espécie de pobreza sentimental, mas daquela pobreza que faz de tudo um luxo. E que vive esse luxo com espanto e gratidão. Sei que por mais que regresse não regresso nunca. Há momentos em que sinto um aguilhão no estômago como se fosse na consciência, uma nostalgia desolada, uma coisa tão sem fim como o areal pela praia dentro, em direcção ao oceano.
Num conto de John Updike, Lifeguard, um seminarista trabalha no Verão como salva-vidas. É um homem que se alegra com a alegria dos outros e se compadece das suas misérias. De cima da sua cadeira altíssima, ele vê a praia toda como uma parábola. E espera que venha uma onda mais forte, para que possa enfim salvar alguém."
.
"A minha Riviera", crónica de Pedro Mexia a 25 de agosto de 2007 no Jornal "Público" .

Efeméride

"Há 25 anos, por estranho que pareça, a Monarquia Britânica (britânica, não inglesa) era ainda uma instituição respeitável, e relativamente imune às pressões para se
"modernizar". Essa respeitabilidade impunha, entre outras coisas, que o príncipe de
Gales se casasse com uma virgem. Porquê? Para que ninguém a seguir se viesse gabar pelos tablóides de que tinha dormido com a futura rainha (ou mesmo, se Isabel morresse, com a rainha) e descrever coloridamente a coisa. Quando, para garantir a sucessão, o casamento de Carlos se tornou, por assim dizer, "inadiável", toda a gente se riu com o sarilho em que o desgraçado estava metido. Onde iria ele descobrir tal raridade? E quem seria ela? Foi Diana Spencer, uma jovem bonitinha, quase adolescente e pouco esperta, à volta de quem logo se inventou, para consumo dos media, uma história de amor melada e absurda.
O casamento, claro acabou mal. Carlos, coitado, que também não era uma grande cabeça, ao menos percebia o seu papel na ordem constitucional e na vida política.
Diana queria ser célebre e queria ser feliz, como qualquer pequeno-burguesa analfabeta e ambiciosa, ensopada no sentimentalismo popular do tempo.

Começou então o espectáculo de uma alta personagem do Estado, que pouco a pouco se transformou numa pop star e que os media naturalmente tratavam como uma pop star. Andava lá tudo: grandes costureiros, actores de cinema, jogadores de rubgy, "jornalistas" de escândalo, o inconcebível Elton John e a bulimia da praxe.

No meio disto, Diana, que romanticamente se achava "natural" e era de facto uma exibicionista indiscriminada e louca, pedia por favor a privacidade que ela própria anulara.
Com o divórcio e a querela com a Monarquia (um caso de puro ressentimento) veio a segunda encarnação de Diana na figura clássica do "anjo de caridade", muito habitual nas rainhas do século XIX. Visitou leprosos, drogados, doentes com sida; e passeou por Angola a fingir que desarmava minas. Mostrou aí um talento particular para o estilo touchy-feely, que disfarçava a irrelevância do exercício e comovia o público. Blair aproveitou a inspiração e fez dela uma improvável "princesa do povo". Do povo da televisão e dos tablóides, com certeza. Não por acaso os filhos comemoraram a morte da mãe em Wembley, com um concerto rock.

Ninguém representou como ela e egocentrismo, a vulgaridade e a superficialidade da época, de certa maneira, a cultura da democracia liberal em que vivemos."

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"A princesa do povo", crónica de Vasco Pulido Valente a 25 de Agosto de 2007 no jornal "Público".



A pequenada moderna sem heróis (ou o Far West infantil para deleite dos graúdos)

"Os pais das crianças norte-americanas que participaram no polémico e ainda não estreado reality show kid Nation, da cadeia de televisão CBS, assinaram contratos em que concordaram que os seus filhos deviam obedecer a tudo o que a produção do programa lhes dissesse durante as gravações, sob pena de expulsão, e que atribuem à CBS os direitos sobre as histórias dos 40 miúdos "de forma perpétua e em todo o universo".
O conteúdo do contrato estabelecido com os pais das crianças com idades entre os 8 e os 15 anos, que durante 40 dias habitaram uma cidade fantasma no Novo México para criarem uma sociedade sem adultos (apenas com elementos da produção presentes), foi revelado ao New York Times. As crianças estão, ao contrário do que dizia a CBS, sujeitas a expulsão e foram tratadas como se de adultos se tratassem.
No contrato de 22 páginas, a CBS protege-se legalmente das limitações ao trabalho infantil, estipulando que as crianças podem ser pagas pela sua participação, mas que tal não constitui um ordenado. São também utilizadas fórmulas legais já comuns na reality-tv em que os participantes (e, neste caso, os seus pais) assumem a responsabilidade por quaisquer danos ocorridos durante as gravações, desde ferimentos a acidentes devidos a más condições de alojamento, parca assistência médica, até à morte.
Também se lê no documento que pais e menores assumem total responsabilidade por quaisquer doenças psicológicas ou físicas contraídas durante o programa, especificando mesmo que tal abrange "doenças sexualmente transmissíveis, HIV e gravidez".
Quanto à possibilidade de falarem sobre a experiência, a CBS tem de dar o seu aval a qualquer entrevista ou iniciativa dos pais ou miúdos até que o programa termine - independentemente do número de temporadas que tenha. O contrato também dá à estação os direitos eternos sobre as histórias da vida de cada um dos protagonistas, que podem ser contadas fielmente ou embelezadas para "fins humorísticos ou satíricos".
A violação destas regras custa a cada família 3,6 milhões de euros e cada criança receberá 3600 euros por participar, mas o dinheiro só chegará no final de cada temporada. Se uma criança deixar o programa, continua a estar sob a alçada do contrato, mas não recebe os 3600 euros. E se os pais ou ela falarem sem permissão durante esse período, o mais certo é ficarem sem o pagamento.
As críticas contra Kid Nation, que arranca a 19 de Setembro nos EUA, aumentaram quando, na semana passada, foi noticiado que um dos participantes no programa bebeu lixívia guardada por engano numa garrafa de água e que outras crianças sofreram pequenos acidentes, como queimaduras quando cozinhavam.
A CBS autorizou algumas entrevistas com pais de participantes na semana passada, que expressaram a sua satisfação com as condições das gravações. Um pai queixou-se da falta de condições na cidade fantasma, mas a CBS não autorizou que o Times falasse com o queixoso. Segundo a estação, "a série foi filmada de forma responsável", os ferimentos "foram tratados imediatamente por profissionais" e as queixas "distorcem a verdadeira imagem da experiência de Kid Nation".
A ideia da CBS é desbravar terreno no campo da reality-tv, procurando protagonistas mais espontâneos e menos preparados para este tipo de programas. Além das questões éticas, a possibilidade de terem sido violadas leis de trabalho infantil e de alojamento de crianças no Novo México foram outras dúvidas colocadas pelos críticos do programa, que ainda estão a ser analisadas".

(Público)

Regresso

Depois de um mês de ausência, o regresso á Blogosfera faz-se hoje através da recuperação de três textos que vieram a público durante esse periodo e que, por um ou outro motivo, acabaram por deixar marca.
O primeiro texto faz cair por terra a ideia de que ainda existem limites; o segundo ilustra na perfeição uma opinião de que partilho á muito.

Finalmente, o terceiro lembra que, por mais que tentemos, nem sempre é possível regressar a "casa".
A partir de amanhã, depois do ultrapassado o embate civilizacional, o blog regressa á normalidade.
A emissão segue dentro de momentos.