sexta-feira, dezembro 10, 2004

2004 Review - CINEMA






Em 2004, reencontrei amigos e redescobri paixões. Afirmei umas e desisti doutras. Tentei, mas não consegui apagar pessoas, mesmo a muito custo.
Certifiquei-me que a vida adquire os contornos que lhe quisermos dar e que o percurso de cada um nem sempre é passivel de ser julgado ou equiparado ao nosso. Rejubilei por ainda acreditar em super-heróis e ser capaz de sonhar com viagens a planetas distantes e civilizações longínquas. Lutei, empolgado. E realisticamente percebi que um mal menor por vezes também pode ser útil. Que o preto e branco não existem. E que o cinzento tem inúmeras tonalidades.
Em 2004, vi muitos filmes.

Tantos que lhes perdi a conta...
A maioria revelou-se um desperdício de tempo. A projecção foi má e os actores inexperientes ou amadores, envoltos em overactings inconsequentes ou em excessiva pós-produção. Nem poderosos efeitos especiais com tecnologia de ponta salvaram o produto final do desastre.
Quando uma história é mal sustentada, quando a estrutura de base vacila ou emperra, os prognósticos de sucesso não são, geralmente, animadores.
E quando nos tornamos expectadores de nós próprios, quando assistimos de fora, o aplauso não ganha qualquer fundamento.
Por isso me interessam cada vez menos discuros inócuos e palavras avulso.
Porque sei que se não fôr o vento a dar cabo delas, a montagem final adulterar-lhes-á o sentido. Importam-me as acções que imprimem dinâmica á narrativa. Take após take, frame após frame, com paciência, minúcia e sentido. Um crescendo consistente e com chama.
São essas imagens que perduram, mesmo quando terminada a sessão e repostas as luzes que nos chamam de volta a realidade.
São essas as histórias que retemos e revemos mais tarde, mesmo sem posse de uma cópia.
O filme existe agora em nós, pertence-nos, porque demos forma á película!
Aguardo pois, ansioso, as próximas exibições: os bons e os maus filmes, os indies e os blockbusters, o espaço e as profundezas, a cidade e o campo, o sol e o mar, as curtas e os épicos, as comédias e os dramas ...e as inevitáveis sequelas.
O cinema trar-me-á tudo isto e muito mais.
A vida também!
Luzes, camera,acção!
Tenho bilhetes de sobra...e as sessões não esgotam.

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