terça-feira, agosto 23, 2005

Piano man

Chegou ao fim uma das mais deliciosas fraudes mediáticas dos ultímos tempos.
Durante quatro meses (desde o dia 7 de Abril) que o mundo se interroga sobre a identidade deste jovem que apareceu, sem memória, a vaguear ensopado na praia de Sheerness, na Grã-bretanha. Ficou internado no hospital de Litle Brook, em Dartford, enquanto se tentava proceder através de uma campanha de sensibilização mundial, á sua identificação. Esta mesma fotografia correu e sensibilizou o mundo, sem que, no entanto, surgissem quaisquer pistas sobre a sua identidade.
O jovem permaneceu mudo e calado durante todo este tempo, fazendo-se acompanhar apenas por um esboço de um piano que havia desenhado. Supondo tratar-se, pois, de um pianista, teve por companhia um piano de cauda real, onde (dizia-se) "tocava peças maravilhosas".

Na passada sexta-feira, uma enfermeira perguntou-lhe, em jeito de graça, se "É hoje que fala connosco?", ao que o misterioso jovem loiro de dois metros respondeu "Sim, acho que vou fazer isso".
Perante uma assitência siderada, o mistério foi desfeito: o rapaz afinal é alemão, tem 20 anos, é homosexual, tem duas irmãs e é filho de um camponês abastado da baviera. Tinha estado a trabalhar em paris e tinha perdido o emprego, razão pela qual foi para Inglaterra. Chegou de comboio, via Eurostar, e não via naufrágio, como se especulava romanticamente. Quando a polícia o encontrou, tinha acabado de tentar o suicídio e por isso não quis falar com ninguém na altura. Prolongou o silêncio, mesmo depois dos exames médicos, porque achou piada á situação. Já havia trabalhado com doentes mentais e decidiu imitar-lhes alguns comportamentos e ver de que forma seriam credíveis. Nunca soube tocar piano e lembrou-se de desenhar um porque foi a primeira coisa que lhe veio á cabeça qundo lhe pediram par desenhar algo. Quanto ás "peças maravilhosas que tocava", nunca passaram de um "tocar repetidamente as mesmas teclas".
A equipa médica que o assistiu (e que agora o tenciona processar pela brincadeira) garantiu, na época, ser impossível criar uma burla desta ordem e diz que tentou tudo, desde o diagnóstico do autismo á esquizofrenia, pasando pela hipótese de uma deficiência de fala.
A mesma equipa que agora, timidamente, se limitou a fazer sair um comunicado, afirmando que " o paciente já não está internado, tendo recebido alta depois de uma melhoria acentuada, após o que regressou a casa".
O "pianista" regressou a casa no passado sábado.

Comments:
Eu admiro-me por as pessoas terem caído nesta!
Será que ninguém viu o filme "Ladies in Lavender"?
É que o filme é inglês e tudo!

Acho que a falta de romantismo na vida das pessoas leva-os a fechar os olhos a algumas coisas...
:-)
 
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