quarta-feira, fevereiro 15, 2006
Miséria
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística ontem divulgados, a taxa de desemprego atingiu no quarto trimestre de 2005 os 8%, ou seja, o pior resultado desde 1998.
Existem 611.900 portugueses sem trabalho e destes só 162 mil têm direito a subsídio de desemprego que demora em média 26 dias a chegar-lhes aos bolsos.
Hoje soube-se que Fátima Felgueiras usufruiu da sua reforma de 700 contos durante os dois anos e meio em que esteve no Brasil, fugida à Justiça portuguesa. Pelo menos em 2004, recebeu 48,3 mil euros em “pensões” pagas pelo estado.
Percebe-se agora, também, que foi graças a esses pagamentos que a senhora voltou da sua fuga de dois anos em terras brasileiras de imagem renovada e com a eleição garantida após uma campanha cuidadosamente preparada por cá.
Fátima Felgueiras, que, durante esse mesmo tempo se queixou de dificuldades económicas, recebeu, durante o ano de 2004, 3499 euros por mês da Caixa Geral de Aposentações por dez anos como professora e os oito como autarca (que valem a dobrar). Um escândalo, aparentemente, legal.
Pedro Tadeu escreve hoje assim no jornal “24 horas”:
“O desemprego subiu muito. Há aqui uma espécie de ecologia de sistema que está a ser posta em causa: os portugueses têm os salários mais baixos da Europa dos ricos mas aguentam-se à custa de expedientes com alguma fuga ao fisco à mistura, subsídios e emprego, por vezes, pluriemprego.
O ataque à fuga ao fisco acaba com um dos vértices deste triângulo. Subsídios, então na agricultura, foi chão que deu uvas. O emprego está a acabar-se.
Conclusão?
Não há crise….há uma tragédia social a bater-nos á porta.”