quarta-feira, julho 26, 2006
É a cultura, estúpido!
- "A cultura não é uma espécie de Bibellot, ao alcance das sociedades mutito ricas"
(Francisco Assis);
- "Não sei quem é Dino Meira, mas se me disserem que vai atrair milhares de pessoas, eu acho que esse espéctáculo deve ser promovido"
(Álvaro Castello-Branco).
Entretanto em Londres, o cenário cultural é diferente.
Por altura dos jogos olímpicos de 2012 , esta será a extensão do museu Tate Modern (na foto, a torre negra ao fundo)..
Uma pirâmide de vidro parecida com uma obra de arte cubista, da responsabilidade de dois arquitectos suícos, terá 11 andares e 70 metros de altura.
terça-feira, julho 25, 2006
Desperate househusband
Esqueçer de tirar os travões do tambor.
Inundar a cozinha.
Suspender rapidamente o programa.
Limpar o chão.
Repõr o programa.
Aguardar...
Colocar a casa em corrente de ar.
Estender parte da roupa.
Na falta de molas, sair para comprar umas quantas.
Fechar a porta com as chaves lá dentro... as da casa, as do carro, tudo á excepção da carteira e o tabaco.
Passar a noite fora, com previsão de chuva para a noite.
Ir á boleia para o trabalho no dia seguinte.
Perder a tarde a tratar das chaves.
Aguardar...
Regressar a casa - não choveu, entretanto.
Estender o resto da roupa que faltou.
Só que, no entretanto, quem é que comprou as molas?
segunda-feira, julho 24, 2006
Abaixo assinado
Depois do teatro Sá da Bandeira, há uma nova privatização em vista na Invicta.
A polémica está desde já instalada em torno do teatro Rivoli.
Quem discorda, pode e deve manifestar-se aqui:
http://www.juntosnorivoli.com/
Man of steel
Mais BD para o cinema:
O Homem de ferro enfrenta o Mandarim em 2008, a 2 de Maio.
Robert Downey Jr. veste o fato.
sexta-feira, julho 21, 2006
El peor del peor
Os "nuetros hermanos" inventaram agora o "Rock Rústico" graças a este amigo que dá pelo nome de El Koala. http://www.youtube.com/watch?v=d6C0bNDqf3Y
Mais uma pérola deste ano a juntar (recorde-se) á sofreguidão mastronça de La terramoto de Alarcon.
http://www.youtube.com/watch?v=XkLg1qx7fec.
A furiosa criatura vende que se desunha em terras vizinhas e até Quentin Tarantino se rendeu á bizarria, tendo mesmo, ao que consta, convidado a personagem para o elenco do próximo filme.
Uma paródia.
E ainda nos espantamos com os devaneios da nossa Ana Ma(ma)lhoa...
Praga de melgas
Vêm não se sabe de onde, rebentam por tudo quanto é Top, discoteca e feira e depois desaparecem, tão rápida e misteriosamente como surgiram. Sabrina, Scatman John, Las ketchup, Desireless, Lou Bega, Whigfield, Los del Rio, O-Zone, etc. A lista de "One Hit Wonders" é interminável, mas nunca a colheita foi tão medonha como nesta década.
No ano passado foi o sapo. Antes disso, os O-Zone. Agora, vindo do esgoto da alemã Jamba, patrocinadora do batráquio, chegam ... os mosquitos. Inenarrável!
É ir preparando o insecticida.
http://www.metacafe.com/watch/29743/loco_loco_mosquito/
My Tunes
Sia - Breathe me (remix)
Ian Brown - F.e.a.r.
Hot Chip - Boy from school
El President - Turn this thing around
Chic - I want your love (extended)
Herbert - Something isn´t right
Indeep - I got my rights
Mocky - Catch a moment in time (remix)
Madonna - Nobody knows me (live)
Justin Timberlake - Sexyback
..
Zero 7 - Futures
Scritti Politti - No fine lines
Hot Chip
"The warning" é um manifesto Pop minimalista, com uma sonoridade novaiorquina contemporânea aliada a uma certa melancolia vocal.
Ideal para ir descobrindo calmamente entre meia dúzia de copos á conversa com os amigos ou numa pista de dança mais exigente. O viciante "And i was a boy from school" é já um dos melhores singles do ano e não deixa nenhum pézinho indiferente.
Ovelha negra
quarta-feira, julho 19, 2006
Don´t worry, be happy
Quando se tenta diversificar e sair do círculo normal, o resultado é sempre surpreendente.
Ontem, compromissos profissionais levaram-me á marina de Cascais para a apresentação do terceiro Portugal Match Cup, uma das maiores competições de vela organizada cá pelo burgo.
Um cocktail cerimonioso, repleto de navegadores estrangeiros de bronze invejável, de chinelos, que comunhavam alegremente com tios e tias, de fato e de tez semelhante. Discursavam num Inglês mal amanhado depois um repasto com a fina charcutaria do “Lid´l”. Os canapés de queijo Filadélfia á descrição e os empregados, mestres exímios no equlibrar das bandejas de chocolatinhos perante o degladio alarvo do colectivo, foram reis do evento. Adrianha Calcanhoto, Daddy Yankee, João Pedro Pais e Black Eyed Peas foram a música de fundo.
Cheguei atrasado, mas uma hora bastou para picar o ponto e bater em retirada. Siga a marinha.
Sem jantar e após um Catering sofrívell, seguiu-se uma paragem em Belém para reforçar o estômago.
Depois disso, um pulo até uma das prestigiadas esplanadas das Docas para matar a sede. A miserável sangria de champanhe (ou melhor, de gasosa, açúcar e maçã) não augurou nada de bom. O ensurdecedor barulho de um Karaoke longínquo, onde um berreiro infernal trucidava o “Bohemian Rapsody”, também não.
Dito e feito.
Vindas do nada, duas damas da vida, como o ar mais bardajento possível, decidem “abancar” na mesa ao lado e irromper pelo meio da conversa. Cravam cigarros, pedem lume, pedras de gelo, sugerem boleias, insinuam-se, mostram o naco enquanto amaldiçoam o calor.
Ás tantas, pedem duas imperiais que, a alto e bom som, dizem vir a "ser oferecidas (aqui) pelo jovem".
O incómodo e o caricato prolongam-se mais uns quinze minutos enquanto se revezam em sucessivas idas á casa-de-banho. Farto do número, saio da esplanada e dirigo-me ao balcão para pagar.
A bizarria seguinte é ainda mais surreal:
- Paga tudo?, pergunta o empregado.
- Como? , respondo.
- Paga as duas imperiais das senhoras, não é?
- Não, pago o que bebi, pago a sangria...
- Mas as senhoras disseram que o senhor pagava as cervejas.
- Pois, isso não sei. Mas... espere lá, vôcê registou a despesa delas na minha?
- Mas as senhoras disseram ....
E aí vamos nós.
Pedem-me que aguarde enquanto o empregado vai lá fora conferenciar com as senhoras que continuam, claro, de pernil ao léu a mamar as bejecas. De regresso, diz-me que "temos um problema! As senhoras dizem que não têm dinheiro". Arregalo as órbitas. Surge o gerente que, de sorriso nos lábios, tenta perceber a situação. Enquanto conversa com o empregado, tira-me as medidas de alto a baixo. Permaneço de nota na mão, em haste, à espera a aceitem.
Já visivelmente irritado, pergunto se “o Bar é algum franchising do Intendente”.
Baixam a crista. Chega uma das damas que acaba por me cravar um "Eurico" para pagar as cervejas enquanto se desculpa pela colega que, no exterior, clama aos berros que "não há guito, fico a lavar pratos. Se quiserem, chamem a bófia !!!".
Enfim, lá consegui regressar a casa enquanto, retroactivamente, tentei digerir a noite.
Ainda no passado sábado, também em Cascais, dei por mim noutra “Baía”, encafoada no bar/discoteca de música brasileira que - garantiam-me - "é o que está a dar".
Por entre o “amor de Julieta e Romeu” da Daniela Mercury e a “poeira” da banda Eva (não consegui identificar mais nada!), a galera lá rebolava, feliz e frenética. As emoções atingiram o rubro quando, mais á frente, a actuação de um duo sertanejo fez explodir as hostes. Sabendo não estar no meu meio, não tive outro remédio senão relativizar a coisa.
Depois deste regresso ontem ao melhor da “linha”, só espero é que não me peçam para justificar novamente “porque é que só ando pelo Bairro”.
Spiderman 3 - posters
terça-feira, julho 18, 2006
Enjoy the silence
É pena! Sem pachorra para Atlânticos e Coliseus, andava com vontade de voltar a assistir a um tradicional concerto de estádio.
Infelizmente, o excesso de oferta origina situações destas e uma má gestão na escolha de datas e de espaços também não ajuda. Os Sigur Ros, por exemplo, levaram ao Atlântico no passado domingo apenas 2 mil pessoas e, á data, os Pixies correm o mesmo risco dos Depeche.
O problema da escassa afluência de público é que coisas acabam por saber-se entre os músicos e promotores estrangeiros. E o cancelamento de um concerto de uma banda de proa como os Depeche cria reservas quanto a futuras deslocações de outros artistas de gabarito ao nosso país...
Com tanto concerto e festival a canibalizar-se, eis a prova de que "não há fome que não dê em fartura".
Quatro festivais de Jazz sobrepostos em duas semanas, concertos em catadupa... é imposível reter tanta informação.
Sem condicionalismos exteriores, no carro continua a ouvir-se o que se quer, neste caso, a Sia. Com a mesma vontade em carregar no pedal e acelerar de há uma semana atrás.
Planet earth
Na ilha de Java, a maré subiu dois metros e levou tudo á frente, provocando, até ao momento, 600 feridos, 34 mil desalojados e 136 desaparecidos.
Em 2004, houve um desastre semelhante. Causou 230 mil mortos.
Dois anos depois, a população de Java não recebeu qualquer aviso de alerta porque o sistema está instalado apenas na ilha de Sumatra.
sábado, julho 15, 2006
Proud
Há cinco anos de diferença entre uma e outra imagem.
Pelo meio, a malta estereotipada de Liberty Avenue amadureceu.
Na hora do adeus, a certeza de que a sua influência irá permanecer mesmo depois de assentar arraiais.
"Queer as folk" (na versão americana) foi uma autêntica pedrada no charco. Revolucionou o mercado televisivo e esclareceu muita gente ao dar corpo e mostrar - sem pudor - todos os problemas, receios e virtudes da comunidade gay. Nunca houve nada assim na televisão.
Numa despedida circular (termina, tal como começou, no mesmo cenário, com os mesmos protagonistas e idêntica música de fundo), só uma personagem permaneçe constante e fiel a si própria. Porque há naturezas que não foram feitas para mudar, embora por vezes se tente.
Realisticamente, tem o único final possível e, tal como a série, não podia acabar de outra maneira.
A semana que começou com uma despedida televisiva acaba com outra.
Até sempre.
segunda-feira, julho 10, 2006
(Sia - "Breathe me")
Depois dos 11 minutos finais de "Sete palmos de terra", onde é impossível refrear as emoções, apeteçe dizer (tanto!) mas só se consegue sentir.
O nó na garganta persiste.
Pareçe que os intestinos estão a tentar digerir alguma coisa indigerível.
Apeteçe abraçar com força alguém que se ame e não largar.
Apeteçe uma longa caminhada, sem horas e sem destino, para tentar ordenar o turbilhão de pensamentos que se sucedem e atropelam.
Mas dormente, acaba-se por ficar sentado, sem fôlego, a olhar para o vazio, sem perceber o que fazer e sem ter a menor ideia para onde ir.
Como um orgasmo inesperado mas sereno, que sabemos nunca voltar a ter, mas que apeteçe repetir vezes sem conta, tantas quanto se ouve em loop uma música qualquer, que ganha força de repente, vinda do nada.
Em momentos assim, neste momento...
as palavras não valem nada.
Everything ends
A melhor série de televisão dos últimos anos termina hoje na :2.
Ao longo de cinco temporadas, a família Fisher tentou abraçar a vida enquanto lidava com a morte.
Esta noite, o ecrã fica branco.
Em "Everyone´s waiting", "Everyone dies".
Não se espera menos que um murro no estômago.
Live forever
O caso muda de figura quando na realização surge Darren Aronofsky (o director de pérolas como "Pi" e "Requiem for a Dream") com o seu filme mais ambicioso de sempre.
Passado, presente e futuro juntam-se numa odisseia de cem anos, onde um homem luta para salvar a mulher que ama. Thomas (Hugh Jackman) percorre três eras distintas: é um conquistador no século 16 em luta contra o exército Maia, um cientista actual em busca da cura para a doença da mulher (Rachel Weizs) e um explorador futurísta que tenta desvendar o segredo de uma estrela moribunda.
Para matar a sede ainda este ano.
Enter Gaiman
A cada artista/músico foi pedido a composição de um tema baseado numa história ou num personagem concebida pelo escritor. A capa (e arte interior do Booklet de 20 páginas) é do cumplice habitual Dave McKean.
Tal como a escrita de Gaiman (a cargo da introdução), o material deste disco é bastante diverso. "Sandman" é a referência que domina a obra, mas há também inspiração em "Stardust", "Neverwhere", "American Gods", "Coraline", "The Day I Swapped My Dad for Two Goldfish", "Mr. Punch", "Wolves in the Walls", "The Goldfish Pool" e "Mirror Mask".
Pelo meio de bandas obscuras, Tori Amos canta o desejo.
Somebody´s watching me
O universo DC sobreviveu recentemente á saga "Infinite crisis" (uma tentativa de trazer de volta as terras infinitas) e, apesar dos três maiores icones da editora continuarem M.I.A., tudo parecia em ordem e pronto para seguir em frente.
Eis quando uma figura misteriosa (na capa do anunciado one-shot "Brave new world") traz de volta ao presente a memória de outra "crise".
Com contornos semelhantes ao extinto "Monitor", exatamente a figura que despotelou hà 20 anos a saga "Crises on infinite earths" e que a nova "Crisis" homenageou, o mistério foi adensando e a especulação também.
Esta semana, deixou de haver dúvidas: não se trata de facto de um (como sempre se pensou existir...), mas sim de 5 monitores. Um deles (de costas) lembra mesmo o extinto "Anti-monitor" que, juntamente com o outro, formavam uma espécie de "Ying & Yang" cósmico que vigiava a multitude de realidades existente.
Como agora voltou a haver novamente só uma terra na continuidade da editora, não se sabe o que pode vir daqui. A viagem, essa promete.
Tah Dah
Tem colaborações de Elton John e Bryan Ferry, entre outros, mas não tem, há primeira audição, nenhum tema tão forte e imediato como a anterior versão de "Confortably numb" dos Pink Floyd.
É também o disco mais aguardado da reentrada discográfica.
Sai em Setembro.
sexta-feira, julho 07, 2006
Londres, Julho 07, 2005
Um ano depois, ainda pouco se sabe sobre a tragédia.
E porque a memória é traiçoeira (e por vezes efémera), hoje, no Reino Unido, realizam-se dois minutos de silêncio em nome das vítimas.
Karma...
George O´Down... o rapaz George.
Dispensa apresentações.
Vem hoje a Lisboa pela primeira vez, sem o seu "clube da cultura" e com um atraso de mais de 20 anos. Sábado estará no Porto.
Já velhote (mas eternamente poderoso), por entre uma ordem de prisão e uma rusga, lá arranjou tempo (e uns trocos) para nos dar música esta noite na qualidade de DJ. Por entre os discos, talvez arranhe velhos êxitos. Nunca se sabe a disposição deste senhor com atitude de diva mas que é, sem dúvida, uma referência inegável dentro da Pop.
Uma noite para arrasar de vez com a memória dos 80´s!
...COMA.
Da melhor colheita dos 90, chegam os Massive Attack, agora reduzidos a duo, para animar a noite de sábado no Hype Tejo, festival á beira rio.
Segunda feira, estarão também no Porto.
"Bristol forever" ou os pioneiros do Hip Hop, qualquer das designações serve a este projecto graças ao qual a electrónica (e a música de dança) nunca mais foi a mesma.
O novo álbum é que tarda só devendo chegar para o ano.
... e parabéns!
Adeus...
domingo, julho 02, 2006
"There can be only one"
Sorry Erickson
A expulsão do grunho Rooney.
A saída do Spice boy.
O penalty do super-puto.
A vitória celebrada numa Lisboa em catarse colectiva.
E aqui, não há imagens que descrevam a sensação de atravessar a cidade em direcção ao Marquês, descer a avenida da Liberdade até á praça do Comércio.
Vêr e sentir para crêr! Só estando lá mesmo.
sábado, julho 01, 2006
Saturday night fever
Pet Shop Boys - Go west
Queen / David Bowie - Under pressure
Chumbawanba - Top of the world
Baddiel & Skinner & Lightining Seeds - Three lions
Hino da Galp