quinta-feira, novembro 16, 2006
Dvd forever
Ou seja, mais dinheiro e possivel descaracterização do canal.
Ora a “dois”, destinada a pequenos e médios intelectuais, sempre teve publicidade. Já o canal 1 terá 223,7 milhões de euros para gastar em 2007, vindos directamente do orçamento geral do estado. Para além disso, recebe ainda dinheiro das receitas de publicidade e de uma taxa incluída nos recibos da EDP.
Na RTP, este ano, o tempo dedicado à publicidade aumentou de 8,9 para 18,9% e ainda assim, não o encaixe não é suficiente.
Nos canais privados, o cenário não é muito diferente, com 1/5 das emissões ocupada com publicidade.
Para as direcções de programas, os espectadores não passam de carne a ser vendida, por cabeça, ás agências, reféns de uma programação dominada pelo telelixo.
Ainda há bem pouco tempo, a “Floribella” ocupava quatro horas diárias de emissão na Sic e os “Morangos” outras tantas na Tvi.
Exceptuando séries estrangeiras, debates pontuais e alguma informação, a restante oferta é risível e confrangedora. O grosso da oferta é feito através da formatação barata de modelos estrangeiros.
No Reino Unido, a BBC (estatal) não tem publicidade porque é financiada por uma taxa paga pelos espectadores e ainda assim, permanece uma referência no meio há décadas.
Por cá, o resultado está à vista, com 4 canais a canibalizarem-se entre si em sistema de marcação cerrada. O que oferecem brutaliza e emperra espectadores que pagam cada vez mais para manter a sua própria degradação, sem arredar pé.
Não se percebe como e onde é que se gasta tanto.
Percebe-se é que não temos a televisão que merecemos.
Temos apenas a que nos dão.