quarta-feira, janeiro 28, 2009

Canção de Lisboa

Eis uma das chamadas de capa da edição de hoje do jornal "Metro".
A notícia surge como consequência da recente lei que encerra/tranca a zona do Bairro Alto ás 02 da manhã.
Olho para ela e viajo no tempo por breves segundos.
O Bairro foi a minha “casa” desde sempre e é com algum pesar que tenho assistido á sua decadência gradual. A fauna mudou, os pretextos para sair á noite mudaram, a oferta de diversão é cada vez mais igual e a política de “todos-de-copo-na-mão-no-meio-da-rua” tem alguma piada, mas apenas por alturas do verão. Como é impossível dançar no Bairro, janta-se cada vez mais tarde para depois beber uns copos, antes de seguir rumo ás pistas do costume.
É justamente neste entretanto, neste matar o tempo até serem horas, que se percebe o quanto o Bairro mudou.
Já o percebi há muito tempo, é certo, mas regresso sempre outra vez, na esperança de reencontrar algumas mais valias de outrora: essencialmente boa onda, boa música e gente com bom ar.
Nada disso!
No presente, o que existe é sobretudo má onda, má (e escassa) música e gente com mau ar. Bêbados, matilhas de miúdos mocados, Dealers, espaços encerrados pela ASAE quase porta sim, porta não, garrafas e copos vazios por todo o lado, bebidas maradas e música que mais não é do que ruído de fundo. Perante um cenário destes (e retirando o policiamento efectivo das ruas), o terreno é fértil para o cultivo de outras situações, pelo que o regresso do tráfico pesado ás ruas do Bairro não deveria espantar ninguém.
Situação idêntica já aconteceu na zona da Ribeira (Porto) há uns anos, quando de uma lei parecida lhe ditou a morte enquanto centro de diversão. A população noctívaga conseguiu, no entanto, dar a volta por cima e transferiu-se em massa para o centro da cidade, hoje um pólo de diversão bem interessante. Quanto a Lisboa, o caso é mais complicado para “desalojados” como eu (e outros tantos): não existe espaço físico (nem vontade) para criar na capital outras áreas de diversão além das já existentes. E como é inviável alocar a tribo do Bairro Alto nas Docas, 24 de Julho ou Expo, há toda uma faixa etária com uma real escassez de alternativas no que toca ao divertimento. È triste, é chato e é real.
Acho que este é o derradeiro canto de cisne do Bairro Alto.
O meu bairro, entenda-se.
O novo continuará e perdurará com outras tribos e outras realidades, como de resto é natural (e desejado) que aconteça. E, para já, com uma boa notícia: a fechar apenas ás 02 da manhã e não á meia-noite, conforme o desejo da CML.
P.S.:
- Quando viajo pelas memórias do Bairro,
esta é sempre a minha canção em fundo.
http://www.youtube.com/watch?v=GmOEi6-wMOs

Bruises


Com discos assim, a chuva, a crise e o cinzento dos dias passam para segundo plano.

Com canções destas...

já é novamente Primavera.
http://www.youtube.com/watch?v=w8HRCacAQ-4

Uma casa portuguesa

A terceira série passa actualmente na América.
A primeira e segunda chegam agora a DVD a Portugal, em simultâneo e com um senão: uma está legendada, a outra não, embora o preço seja o mesmo.
A desatenção por parte das editoras a estas questões não é novidade.
Ainda até hoje, a primeira season de "Sex and the city" continua sem legendas e, mais recentemente, "Batlestar Galáctica" surgiu no mercado com sub-títulos, é certo, mas com os layers de imagem totalmente formatados para espanhol (o que faz com que, entre outras coisas, cada vez que surge a nave no ecrã, apareça com o nome de "Estrella de batalha").
O caso de "Brothers and sisters" chateia-me duplamente: primeiro porque aguardava a edição nacional para poder seguir cronologicamente a série e e segundo porque queria mesmo partilha-la com outras pessoas que não aguentam o inglês sem legendas.
Uma ideia que vai, lamentavelmente e em definitivo, por água a baixo.

É que nunca virão a existir legendas para a primeira série na língua de Camões. Nem aqui, nem lá fora. Tal como nunca será possível corrigir os erros do sexo e a cidade ou da Galáctica.

E e para que não haja confusão, a coisa só tem um nome- desleixo.

Ora, na Internet, a cantiga é outra: os episódios abundam e as legendas proliferam.
Nunca fui apologista da pirataria mas que apetece, apetece.


segunda-feira, janeiro 26, 2009

Maratona

È possível andar há 4 anos a ver a mesma coisa com agrado?
È, se a resposta for a série televisiva “Prison Break”.
Á quarta temporada, volta a ganhar fôlego, renova mais uns quantos “clichés” tornando-os originais e o embalo leva novamente a que, tal como na época de estreia, faça quase directas para despachar os episódios.
O ritmo é frenético, a narrativa é imparável, os “twists” sucedem-se, já não há heróis ou vilões, a paranóia é total e as perseguições não dão tréguas, nem ás personagens nem ao espectador.
Dezasseis episódios já lá vão. Os restantes voltam a 17 de Abril para fechar em definitivo a saga dos irmãos Burrows e Scofield.
Já agora, porquê nomes diferentes?
Ou ainda haverá nova história por detrás disto?

sexta-feira, janeiro 23, 2009

The fear




A avaliar pelo primeiro avanço, não há razão para ter medo do que aí vem.
Tenha-se então medo... muito medo.
- e muitas vezes!

http://www.youtube.com/watch?v=q-wGMlSuX_c

Fables

Consumo banda desenhada desde miúdo. Continuo a faze-lo com enorme prazer em adulto e embora seja bastante eclético, após ler o “Sandman” que julguei que, em BD, nada o poderia superar.
Enganei-me!
Ando desde o início de ano ás voltas com uma das melhores coisas que alguma vez me passou pelas mãos.
A série chama-se “Fables”, existe desde 2002 e tem uma premissa que permite fazer tudo em termos de narrativa: os personagens são os mesmos dos contos de fadas e do folclore tradicional (Fables) que foram forçados a sair da sua terra por um invasor misterioso (the Adversary). Á procura de exílio no nosso mundo (real), criaram uma comunidade clandestina (Fabletown) no centro de Nova Iorque. Todos os personagens não-humanos, incapazes de viver em sociedade (monstros, animais e outros) foram colocados noutra comunidade paralela, a longínqua “Farm”. Ao longo de 11 paperbacks, podem ver-se em interacção a Bela adormecida, o Pinóquio, Barba Azul, os Três porquinhos, o Capuchinho vermelho, Lancelot, Hansel & Gretel, o Lobo Mau, Mogli, Aladino e tudo mais o que a imaginação do escritor Bill Winingham permite.
A série tem uma cronologia muito própria e também a sua própria continuidade.
A leitura, nos tempos livres, é tão boa que mantive as séries de Tv em “stand-by”.
Mistério, acção, thriller, romace, aventuras épicas, prémios e mais prémios de crítica e de píblico, fazem de “Fables” um épico a descobrir com urgência neste formato, antes que a cadeia de televisão ABC desenvolva e possivelmente banalize a ideia (um episódio-piloto já está em produção).

terça-feira, janeiro 20, 2009

Streetlights

É uma das canções do ultimo disco de Kanye West.
"808´s & heartaches" foi um trabalho de parto difícil, concebido no curto espaço de meses onde a mãe do cantor faleceu, a namorada bateu com a porta e o melhor amigo foi desta para melhor.
É portanto um disco sofrido (e não miserável), salpicado por truques de produção que nada têm a ver com os seus trabalhos anteriores.
Muito provavelmente, é o seu melhor disco até á data.
Streetlights" é uma das (poucas) canções que me marcam em Janeiro.
É impossivel passar-lhe ao lado.


O link não tem o video oficial (não existe), mas tem as tais luzes no contexto adequado.
http://www.youtube.com/watch?v=x3UD9hn0V90

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Goodbye













Hoje há festa por todo o lado.
Junte-se á celebração em ...

http://bushbyebyeparty.com/


segunda-feira, janeiro 12, 2009

A Crise...final




















(A morte do Batman, no "Final Crisis" deste mês).

A Crise

"A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado
Ou estou fortemente enganado (o que sucede, aliás, com uma frequência notável), ou a história de Portugal é decalcada da história de Pedro e o Lobo, com uma pequena alteração: em vez de Pedro e o Lobo, é Pedro e a Crise.
De acordo com os especialistas - e para surpresa de todos os leigos, completamente inconscientes de que tal cenário fosse possível - Portugal está mergulhado numa profunda crise. Ao que parece, 2009 vai ser mesmo complicado.
O problema é que 2008 já foi bastante difícil. E, no final de 2006, o empresário Pedro Ferraz da Costa avisava no Diário de Notícias que 2007 não iria ser fácil. O que, evidentemente, se verificou, e nem era assim tão difícil de prever tendo em conta que, em 2006, analistas já detectavam que o País estava em crise. Em Setembro de 2005, Marques Mendes, então presidente do PSD, desafiou o primeiro-ministro para ir ao Parlamento debater a crise económica. Nada disto era surpreendente na medida em que, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal, entre 2004 e 2005, o nível de endividamento das famílias portuguesas aumentou de 78% para 84,2% do PIB. O grande problema de 2004 era um prolongamento da grave crise de 2003, ano em que a economia portuguesa regrediu 0,8% e a ministra das Finanças não teve outro remédio senão voltar a pedir contenção. Pior que 2003, só talvez 2002, que nos deixou, como herança, o maior défice orçamental da Europa, provavelmente em consequência da crise de 2001, na sequência dos ataques terroristas aos Estados Unidos. No entanto, segundo o professor Abel M. Mateus, a economia portuguesa já se encontrava em crise antes do 11 de Setembro.
A verdade é que, tirando aqueles seis meses da década de 90 em que chegaram uns milhões valentes vindos da União Europeia, eu não me lembro de Portugal não estar em crise. Por isso, acredito que a crise do ano que vem seja violenta. Mas creio que, se uma crise quiser mesmo impressionar os portugueses, vai ter de trabalhar a sério. Um crescimento zero, para nós, é amendoins. Pequenas recessões comem os portugueses ao pequeno-almoço. 2009 só assusta esses maricas da Europa que têm andado a crescer acima dos 7 por cento. Quem nunca foi além dos 2%, não está preocupado.
É tempo de reconhecer o mérito e agradecer a governos atrás de governos que fizeram tudo o que era possível para não habituar mal os portugueses. A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado. Agora, somos o povo da Europa que está mais bem preparado para fazer face às dificuldades."

(R.A.P.)

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Heroes
























(O homem-aranha salva o presidente Obama de um atentado no número deste mês).

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Goodies

A minha primeira música a reter no novo ano é esta:
http://www.youtube.com/watch?v=sMruiI4nqQk
Faz parte da (excelente) banda-sonora disto...
http://www.youtube.com/watch?v=AIzbwV7on6Q
... que seria o meu primeiro filme forte de 2009, não fosse a ante-estreia na 4.a feira deste outro (um valente murro no estômago)...
http://www.youtube.com/watch?v=FT00yFPplUE

Começar o ano com coisas boas é sempre fantástico!