sexta-feira, outubro 29, 2004

Happy Halloween



quinta-feira, outubro 28, 2004

The one ring



One house to rule them all... and in the darkness blind them!
( and counting ... )

Soundtrack

Quinze músicas que enchem a semana

ainda na ressaca dos concertos

Magnetic Fields – All the umbrellas in London

Pet Shop Boys – Being boring

ao acordar
Perry Blake - Good morning blue sky

á chuva, ao sol, no carro ou dentro de casa

Rufus wainright - I don´t know where it is

Morrisey – Let me kiss you

Scissor Sisters – It cant come quickly enough

Kings of Convenience – Homesick

Flunk – Blue Monday

á noite
Kellis – Millionaire

Outkast - I think i´m in love

Phoenix – Run run run

muito á noite...

Mylo – Drop the pressure

Depeche Mode - Enjoy the silence04

Royksopp / The Streets - Weak become heroes
Tiefschwarz / Mocky - Mickey mouse mutherfuckers

( a play-list muda para a semana... )


Readings


Numa altura em que, curiosamente, o site do actual presidente da América se encontra interditado a estrangeiros, é interessante perceber como uma "minoria"(?) pode vir a decidir o futuro da nação mais poderosa do planeta. E do próprio.
O peso do "Pink vote" explicado ao detalhe.
Aconselha-se.
Porque os tempos não estão para brincadeiras...


terça-feira, outubro 26, 2004

Á defesa

Existem cada vez mais corações há solta, mais espaço e formas para se encontrarem. Apesar disso, o número de gente sozinha aumenta a um ritmo assustador.
Dentro deste grupo existe uma espécie em franco progresso: os celibatários. Gente que vive só, que se basta a si própria e que está contente com isso.
Contente? Talvez, mas... feliz? - tenho as minhas reservas.
Hoje mesmo, á conversa com um praticante desta doutrina, dei voz a algumas das minhas dúvidas:
Qual é o papel do "outro" na tua vida? Exceptuando os amigos, como é que manifestas os afectos, a partilha, a reciprocidade...? Amando carros e casas? Criando cumplicidades com vasos?
Aniquilando os silêncios com uma agenda social eficaz? Fugindo em frente, recalcando tudo, trabalhando demais ? Até quando?
Afinal de contas, quais são as prioridades (e será que não andam invertidas)?
A resposta, óbvia, não se fez tardar:
"...Tens razão, mas ao menos assim ninguém me chateia, nem me sinto preso ou obrigado a fretes.
Faço o que me apeteçe. E quando quero".
Em tom irónico, remata ainda o célebre anúncio do leite ("Se não gostar de mim...") ao que contraponho com o do Wisky com "alma". Rimos!
E a conversa deriva para assuntos mais triviais!...
Percebo e respeito a argumentação do meu amigo apenas porque lhe conheço intimamente o percurso pessoal.
Não é díficil começar a desinvestir, quando os medos se sobrepõem ás vontades ou quando um passado de experiências menos boas interfere numa expectativa de futuro, condicionando-a.
É fácil dizer que não custa estar só; o díficil mesmo é acreditar nisso!
Este caso particular ilustra algo que vejo ganhar terreno e adeptos á minha volta: um “desnorte” afectivo generalizado, vítima dum acumular de carências e pulsões mal geridos que, aliados a uma forte dose de expectativas e ansiedade, conduzem invariavelmente á materialização nos alvos errados, originando mal-entendidos, processos de transferências complicadissímos e mazelas, por vezes, graves.
É um vazio pleno de objectivos num verdadeiro labirinto de paixões.
A oferta e procura diluem-se uma na outra e esta permeabilidade origina emissores que recebem, receptores que enviam, entre outras bizarrias da comunicação actual. A confusaõ é tal que a mensagem não passa e taopouco se faz sentir.

Surdos aos berros!
Há muito que se perdeu o "fio á meada" neste processo de culpabilização.
O perverso neste ciclo vicioso de causa/consequência é que mesmo quem não "joga á defesa" acaba por "levar por tabela".

Os poucos que estão em paz com o seu passado, que sararam as suas feridas e que partem "tabula rasa", leves, para novos "desafios" esbarram numa imensa população que alomba, em sofrimento "ad eternum", com armários cheios de fantasmas, gavetas mal fechadas, portas escancaradas e desgostos mal resolvidos.
Se os alicerçes emocionais do sujeito não estiverem devidamente estabilizados, este acaba por aprender o que não devia, o que não queria e, sobretudo, aquilo que não é justo:
a ter mais medos, ser mais cauteloso, refrear os afectos, conter a impulsividade...o resultado é mais um inocente maculado; a longo prazo, outro celibatário que bate em retirada!
E assim torna-se dificil marcar"golos", mesmo instigando os "penalties", quando já nem sequer se entra em campo...
Contúdo, há ainda, e felizmente, quem insista em seguir para campeonato, em progredir no terreno e sonhar com a vitória.
Nesta partida desigual, o adversário chama-se aldeia global, barra, individualismo. É de facto uma aldeia, transvestida de metrópole, cheia de
população isolada, confinada no espaço, com gente temerosa e alienada de si própria, distraida do que realmente importa.

A mesma população que, cínicamente, se diz feliz no seu cortiço...enquanto espera por golos em diferido.

São complicados estes tempos modernos...

e são solitários estes corações!


O outro lado... a pilhas!



O outro lado

Não sei como te dizer isto, nem sequer devia chamar-te assim.
Mas és, de facto, o meu contrário.
Não sei como, mas há muito tempo que ando à procura de qualquer coisa, uma coisa que me apetece seguir ao contrário das correntes que ainda me aprisionam e faço figas para acreditar que, na realidade, quero e posso ir ainda mais longe. Não sei como te dizer isto, mas parece-me que somos feitos de massas tão diferentes que, por momentos, pensei que fosses de outro qualquer planeta e só eu tinha descoberto que há vida para além da terra e só cá vieste para me mostrar a verdade exacta dos contrários. E eles existem mesmo. Porque eu existo e tu também.Não sei se devo ou não dizer-te isto, mas consegues ter o som perfeito de um sorriso certeiro, uma voz bem colocada, uma conversa sempre adequada ao momento certo, uma postura elegante na defesa das tuas ideias e um charme irresistível na forma como chamas. Às vezes até me interrogo onde é que vais buscar tanta serenidade na espera, e como é que podes acreditar que podes cruzar a realidade com a perfeição.
A disciplina, a serenidade, a consciência, a coerência e a inteligência fizeram, talvez, de ti, alguém que não tem necessidade de pedir licença para nada na vida porque a vida recolhe-te a qualquer hora.
Mas eu tenho a certeza que os teus defeitos abundam, porque as minhas qualidades existem de facto...

domingo, outubro 24, 2004

Outdoor

Depois dos ( mornos ) Magnetic Fields na quarta, do ( inenarrável ) "Exorcista"na quinta, do ( inconsequente ) "Colateral" na sexta, dos Pet Shop Boys ( a ferver! ) no sábado e do Festival de BD na Amadora hoje á tarde, Caetano Veloso toca daqui a pouco no Atlântico, Bebel Gilberto amanhã, o "Aliens vs Predator" ante-estreia quarta, os Plaza dão música na Quinta, os Post It na sexta, seguidos de Mocky e do projecto SuperDiscount ao vivo no Lux. E o o fim de semana não se esgota por aqui: há exposições para ver, o Halloween para celebrar, o arranque do Antecipart 2004, o Cinema independente da Culturgest e a possibilidade de "novos poisos"á espreita. Uma boa semana em perspectiva, apesar do regresso anunciado da chuva.
Haja tempo para tudo, que a vontade abunda.
"I´ll sleep when i´m dead".
Até lá, é viver o melhor que se pode....

terça-feira, outubro 19, 2004

Venha o diabo ...


A B.D. é um dos poucos prazeres de infância que não descontinuei ao longo dos anos.
Embora esteja informado, não fujo muito aos títulos que já conheço com receio de aumentar a já extensa lista de compras.
Existem pois obras que sei de antemão serem do meu agrado. Evito-as.
Ou, melhor dizendo, adio-as.
Uma delas, "Lucifer" ( DC / Vertigo) ,andava á espreita á muito tempo.
Sucumbi finalmente.
A intriga centra-se em Lucifer Morningstar , o anjo maldito caido em desgraça após instigar uma rebelião no céu.
Escorraçado para o Inferno, é eleito seu governante séculos a fio até que, cansado, e sobretudo entediado, abandona o cargo, rumo ao plano mortal (terra) em busca de novos desafios.
O citado aconteçeu na saga clássica de Neil Gaiman, "Sandman" ( DC / Vertigo), um dos pilares da melhor BD americana da actualidade.
Lucifer é, pois, um "Spin Off title", o que dificultaria, á partida o seu arranque criativo e manutenção.
Seria fácil cair em tentação e recorrer a material já existente para manter o nível e o interesse do público ao invés de "Scratch Zero".
Nada disso !
Mike Carrey, o seu argumentista, cria de raiz todo um universo de personagens, lugares e situações originais, cativantes, adultas e policamente incorrectas.
A intriga/acção flui a um ritmo tal que um só livro não chega, tal é a vontade de seguir em frente ( felizmente tinha á mão os seis TPB disponíveis... )
Sempre tive curiosidade em saber como seria possivel, mês após mês, documentar uma premissa tão básica: o diabo á solta na terra.
Não me soava tarefa fácil mas Carrey cumpre e excede as expectativas.
Em torno da personagem principal ( um anjo cínico, playboy, egoísta e manipulador ) gravita uma galeria de secundários, terceários, sub-plots, narrativas cruzadas, anti-climax´s, ambientes oníricos, infernos e paisagens nunca vistas que fazem o deleite de amante de ficção.
É um dos melhores titulos do mercado, "worth every dimme"!
Godamm you ... & Godbless you, Lucifer!

I love Portugal (I)

Jornal da noite, SIC :
"Por causa das facturas... Restaurantes ameaçam cobrar copos de água e casas de banho."


Bola e bananas

Às vezes fico a reflectir nisto e ontem o triste espectáculo na sala do imprensa do Benfica após jogo com o Porto, avivou-me a memória.
Vivo num país onde as duas principas figuras com um discurso feito de ódio têm reinados prolongados enquanto dirigentes. Pinto da Costa e Alberto João Jardim distinguem-se na sociedade portuguesa há duas décadas pelas suas palavras carregadas de maus sentimentos que provocam continuadas guerras entre os cidadãos e alimentam os mais vis comportamentos e pensamentos. Porém, quero admitir que ambos continuam a ser eleitos pelos seus eleitores por aquilo que fazem e não pelo que dizem.
Sim, sou ingénuo.
É vital ser ingénuo para não dar em doido neste país.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Phoenix




"Ser bicha não é ser uma paneleira"

As graçolas e a popularidade da criatura Withe Castle incorrem no risco de colocar um novo termo na boca dos Portugueses: bicha.
Numa altura em que os Gays são perante a opinião pública os novos "pretos", na sua busca crescente de aceitação e integração, vulgarizar a bicha pode ser pernicioso. Depois dos heteros, bis, homos e metrosexuais, eis a bicha como "uma atitude de vida glamorosa", subdividida por "Bichetes", "Bichérrimas" ou "Trixas".
A coisa promete criar confusão na cabeça dos menos esclareçidos e baralhar ainda mais o posicionamento social dos "desviantes".
Se a menção ao termo "bicha" é ainda motivo anedótico, alegrem-se as minorias (?): dentro de pouco tempo, qualquer alusão á bicha nada terá a ver com o foro sexual.
Uma vez absorvido o termo pela população e a sua conotação prejurativa lhe ser retirado, tudo será mais fácil. A acreditar no "Marechand", e não no Eng. Sousa Veloso que nos enganou anos a fio, ele afinal há cadeiras bichas, mulheres bichas, escravos bichas, homens bichas, suinos bichas, éguas bichas, papoilas bichas, etc. É um crescendo imparável de bichiçe!
E se pruridos havia em afirmar estar -se "no meio de uma bicha no banco", "parado numa bicha de trânsito" ou numa "ganda bicha do supermercado", não há mais que temer o uso do vernáculo.
Porque, graças ao Conde, a vida passou a ter mais elã, glamour, encharpes e purporina.
Viva a Tv rural!
Vivó Conde!
Vivá bicha!!! ...

Soft Porn

A versão inglesa da "Quinta das celebridades" chama-se "The farm" e embora a mecânica seja idêntica á "nossa", as provas são bastante mais ousadas.
Por exemplo, na semana passada, uma concorrente teve de masturbar um porco.
As imagens passaram em directo e provocaram alguma consternação entre os telespectadores que, apesar de classificarem o acto de repugnante, entre outros mimos, deram o pico de audiência ao Channel 5.
A ideia, segundo a produção, seria recolher esperma para inseminar artificialmente uma fêmea.
Oxalá não haja um burro na quinta.
E por cá, ninguém ordenha o Conde ?


Quando não há pão, há circo!

I )

Muito se ri nesta terra.
Os actores brasileiros invadiem os palcos lusos, com peças esgotadas á semanas. O teatro de revista está novamente em alta na classe média e alta enquanto o Stand Up Comedy faz as delícias da geração radical. Os Malucos do riso e os Batanetes vão a todas e são campões de audiência na TV, o Fernando Rocha continua com seu "talk-show" e os seus Dvd´s, o Bruno Nogueira com os seus Spots e o Marco Aurélio, com provas dadas na representação, a servir de Ciceronne aos desfile de novos talentos do "Levanta-te e ri".
A palhaçiçe alastra ainda á Quinta, ao Rir com Gosto, ao Prédio do Vasco, á Maré alta, ao Homem que mordeu o cão, á K7 Pirata, ao Herman ... e ao Inimigo Público á sexta feira.
A Sic Comédia, mais um canal generalista, arranca amanhã e o festival internacional de humor de Lisboa já no próximo fim de semana.
É só rir.
E é de ir ás lágrimas! ...

II )

Conheço gente do teatro, actores com cursos do conservatório e um investimento pessoal de anos, que não se rende a este facilitismo mediático e paga caro a factura. Conheço projectos interessantíssimos que nunca chegam á cena e outros que vêem a luz do dia, apenas por teimosia e preserverança dos encenadores e á custa de horas a fio a mendigar patrocínios, dada a escassez de apoios...
A representação, para mim, não se compadeçe com Prime-Time´s nem com tentativas vãs de forjar Jim Carey´s ou Jerry Seinfeld´s para deleite de mulidões ávidas de entretenimento barato. Confesso apreciar alguma subtileza no humor e gostar de alguma inteligência no seu manuseamento. De resto, suspeito sempre quando se ri muito em tempos de crise...

III )

Apercebo-me que a RTP começou a repôr a primeira série do "Six Feet Under" este sábado á noite na 2: Acho estranho, já que a quarta série se encontra anunciada para Novembro e a hipótese de sobreposição de ambas no mesmo canal me pareçe fora de hipótese...
E passa tarde, á 1.30H. ! Ou talvez não. Veja-se:
Os "homens do Presidente" desfilam ás 4 da manhã na TVI, " Will & Grace" também. Produtos menores como o "CSI" ,"Alias" ou mesmo a "Buffy" também sofrem de insónias e reposições interessantes como "Northeen Exposure", "Dharma e Greg", "Thirtysomething" ou "Mad about you" foram chutadas para as 20 horas, entaladas entre as notícias e a janta.
Como consolo no entretenimento televisivo, restam os " Sopranos" e o " 24", agora que o "Sex and the City" e "Angels in America" já se foram.
Não é que a oferta seja pouca! Está é mal distribuida, vitíma da "maioria".
De qualquer maneira, os padeiros, taxistas, putas e guardas-nocturnos agradeçem...

(III/5)

A RTP adquiriu os direitos de exibição do Queer as folk ( U.k. ) há um ano. Deve ser para queimar porque, apesar de estar na prateleira há 7 meses, a sua estreia foi já anunciada/ adiada 4 vezes ... e nada. Silêncio.
Afinal, também se pode mentir quando se está calado, não apenas quando se fala...



Everyday above ground is a good one


There you go!
E boa semana ...

domingo, outubro 17, 2004

Revista de Imprensa

Pasmo com a fertilidade de miséria que me cerca depois de me pôr ao corrente da actualidade.
Segundo os jornais dos últimos dias:
- O "Santanás" continua altivo;
- O "Conde " é a figura de proa da nação;
- A pequena Joana terá sido esquatejada e servido de repasto a animais;
- A gasolina aumentou outra vez;
- Em plena rua, um tipo infectado com HIV atacou á dentada uma miúda de 7 anos, a avó desta, a mãe, um rapaz que se interpôs e, depois de contido, abocanhou ainda um enfermeiro de 24 anos;
- A criminalidade, pobreza e desemprego continuam a crescer;
- A segurança social está (cada vez mais) nas lonas;
- As despesas com informática, entre outras, vão deixar de entrar em conta para efeitos de IRS já no próximo ano;
- Houve jantares de solidariedade ao "Professor"... que ainda não falou;
- A "Quinta" tem Shares médios na ordem dos 50,4% e os famosos, que tinham as galinhas como carnivoras, dissertam sobre "O código de DaVinci" sem nunca terem ouvido falar d´"O nome da Rosa";
- O sinistro conglomerado Media Capital adquiriu um novo parceiro, o estranho grupo RTL;
- A PJ descobriu que, afinal, existe corrupção camarária;
- Em Leiria, numa noite apenas, rebentaram-se carros, vitrines de lojas, invadiram-se garagens, furtaram-se residências em ruas a fio. Apesar de ter havido mais que tempo para intervir, não houve uma única detenção;
- Os O-Zone continuam a liderar o Top de vendas nacional;
- O Alberto João foi reeleito por maioria, com o maior indiçe de abstenção regional de sempre.
Ufff!
Que belo jardim, este á beira mar plantado...
Lá fora, as coisas não andam melhor:
Bush vai ser reeleito, o petróleo continua em alta e os indicadores económicos em baixa!
Valha-nos... valha-nos... valha-nos o quê ?
"Beam me up, Scotty"!

Acelerado

Os últimos 4 dias foram alucinantes, como há muito não sucedia.
De tal forma que apenas tive tempo para uma refeição caseira.
Aumentei o habitual numero de cafés e tabaco e fiz desapareçer dois dias de almoços consequtivos, compensados apenas com Light Dinners ...
bem Late Night.
Para trás, ficou trabalho feito, filmagens exaustivas, mais uma prestação de DJ´ing noite dentro, um fim de semana de Moda Lisboa, vários jantares continuados a vodka, convívio a rojos... e descanço a menos.
Apesar de algum cansaço acumulado, o balanço é positivo.
Sabe-me bem este frenesim esporádico e, de quando a quando, esta sensação de testar fisicamente os limites. Existem consequência, claro, como um cumulativo de jornais ainda por abrir, filmes e leitura para pôr em dia. Obviamente, o Blog ressentiu-se e o que começou com um enorme grau de entusiasmo ( como tudo o que é novidade!), acabou por ficar em suspenso por manifesta falta de tempo.
Percebo que, de futuro, terei de criar alguma rotina com vista a uma manutenção regular.
Para já, vou tentar decepar a leitura, nem que seja na diagonal, e cozinhar qualquer coisa.
Amanhã é já segunda-feira e o fim de semana...
já foi ?!


segunda-feira, outubro 11, 2004

Incomunicado

Hoje falhou o MSN.
Houve gente que não comunicou, muitos deles, com o amigo do lado.
Conheço uns quantos emissores e receptores que estiveram um dia inteiro Offline.
Estavam preocupados com isso.
E imagino ...
Se amanhã fosse o E-mail ao ar ?
( Lembrar-nos-iamos dos faxes? )
Se depois fossem as SMS´s ?
( Reactivariamos os Beepers? )
Ou mesmo a Net ???
Quando já nem ao telémovel se fala porque é dispendioso, e quando a sua função primordial - falar- foi pervertida, como progredir nas comunicações inter-pessoais?
É uma pergunta pertinente que me assola de tempos a tempos.
O barato sair cada vez mais caro no que toca á qualidade da mensagem e os equivocos na comunicação são mais que frequentes.
Achamos que falamos muito hoje em dia mas, na realidade, conversamos cada vez menos. Conosco e com os outros.
Não sou um dos entusiastas que aguarda ansioso pela nova geração de móveis com imagem imbutida, em tempo real, e espero/acredito que o futuro seja mais risonho do que a ideia habitual veiculada pela ficção científica, onde apesar de toda a parafenália de aparelhos e desenvolvimento tecnologico, a solidão individual, o isolamento e a frieza das relações são comuns a qualquer obra.
Como em tudo, é importante por vezes repensar os limites e, se necessário, recuar um pouco para continuar em frente.
Ser-nos -á sempre fundamental comunicar.
O "Quê" e "Como" cabe-nos a nós decidir.
...

Lembro-me de repente de um amigo que está no estrangeiro.
Já não o vejo há uns tempos.
Decido amanhã escrever-lhe uma carta.
Por mim, por ele e pela saudade com de repente fiquei dos sêlos e marcos de correio...


R.I.P.


Faleceu ontem com uma paragem cardiaca.
Chamava-se Christopher Reeve.
Fica para a história pelos 4 filmes que protagonizou no final dos anos 70
e inicio de 80.
Tal como a personagem, o homem foi um lutador até ao fim, defendendo as suas causas e nunca duvidando que o amanhã seria melhor!
Tinha 52 anos.!
Não veio de Krypton.
Chama-se SuperMan! ...


domingo, outubro 10, 2004

Imortal



A curiosidade da adaptação da trilogia de Bd de Enki Bilal para o cinema assenta, por inteiro, e como já se esperava, na animação computorizada ( há apenas 3 personagens de carne e osso).
Sob esse aspecto, cumpre!
É luxoriante ver uma pirâmide nos céus de NY em 2095 com deuses egipcios a bordo.
Um deles, Horus, tem apenas uma semana para tentar perpetuar a sua imortalidade no mundo dos homens criando e manipulando, para o efeito, um triângulo composto pelo próprio, por Jill, uma misteriosa mulher de cabelo azul e Nikopolos, um revolucionário em fuga.
A história óriginal é americanizada ao extremo e os porquês ( de tudo ) não se explicam ( sequela á vista?), o que torna confusas as coisas, sobretudo para quem desconheçe os livros.
Por isso mesmo, impõe-se a leitura de "Carnival of Mortals", "Woman Trap" and "Cold Equator" - a trilogia - para melhor perceber uma das mais originais sagas da banda desenhada franco-belga de sempre.


O Que é turvo á tona é claro em profundidade

A noite foi boa e longa e, outros pontos altos, os Depeche Mode (tal como esperava) contagiaram a pista do Lux . Tks, R.M. !
( ver texto " Where were u in 82" ).
...
Quando antevia perdida a manhã no vale dos lençóis, desperto, com apenas 3 horas de sono e uma música na cabeça, prolongamento de um sonho de há pouco que recordo claramente. Vem-me agora á memória a capa do disco enquanto preparo o pequeno-almoço.
Estranha coincidência, são expressões que reconheço da noite passada.
Não olho para o "Actually" há anos nem gosto em particular deste single.
Subitamente, a letra faz ainda mais sentido...
O inconsciente, esse belo armazem, está dormente mas não é parvo!
E há que perceber os sinais.


" Maybe I didn't treat you quite as good as I should
Maybe I didn't love you quite as often as I could
Little things I should've said and done, I never took the time
You were always on my mind
You were always on my mind
Maybe I didn't hold you all those lonely, lonely times
And I guess I never told you, I'm so happy that you're mine
If I made you feel second best, I'm so sorry, I was blind
You were always on my mind
You were always on my mind
Tell me, tell me that your sweet love hasn't died
Give me one more chance to keep you satisfied
Satisfied
Little things I should've said and done, I never took the time
You were always on my mind
You were always on my mind
Tell me, tell me that your sweet love hasn't died
Give me one more chance to keep you satisfied
You were always on my mind
You were always on my mind
Maybe I didn't treat you quite as good as I should
Maybe I didn't love you quite as often as I could
Maybe I didn't hold you all those lonely, lonely times
But I guess I never told you, I'm so happy that you're mine
( Maybe I didn't love you... ) "

sexta-feira, outubro 08, 2004

O despertar da mente

"How happy is the blamless vestal´s lot
the world forgeting, by the world forgot
Eternal sunshine of the spotless mind!
Each pray´r accepted and each wish resign´d."


È sempre primavera ... mesmo no Outono!

O melhor filme do ano regressa no final do mês.
Num dvd perto de si ...



Inferno Lusitano

Um infeliz pecador morreu e foi parar à porta do inferno.
Lá, um diabinho adjunto perguntou-lhe:
- Quer ir para o inferno português ou para o alemão?
O infeliz pergunta qual é a diferença.
- Bom, existe um muro que separa os dois infernos. No inferno português, terá que comer uma lata de 20 kg de merda ao pequeno-almoço, ao almoço e ao jantar. Depois o diabo leva-o ao fogo infernal e, depois, irá dormir.
No alemão é igual, só que ao invés de uma lata de merda, terá que comer somente um pires.
O infeliz não pensou duas vezes e foi para o inferno alemão.
Chegando lá, reparou que estavam todos cabisbaixos e tristes.
Enquanto que, do outro lado do muro, ouvia-se um som de farra, muitas gargalhadas, enfim, uma festa muito animada.
Não se contendo, o infeliz sobe o muro e chama alguém.
- Hei! Como é que vocês conseguem estar tão contentes?
Aqui o pessoal come um pires de merda e vive triste, enquanto vocês comem uma lata de 20 kg.
- Bom, é que aqui é Portugal. Um dia falta a lata, no outro falta merda, no outro o diabo não vem, no outro é feriado, depois fazemos ponte e no outro dia, falta lenha para o fogo, e assim se vai andando. E é só festa....

The dark side is coming ...




Chart Attack

The week´s
TOP TEN

The Go Team - Everyone´s a v.i.p. to someone
The Streets - Weak become heroes
Depeche Mode- Enjoy the silence´04
Bang Bang - Shoot the model
Rah Band - Cloud´s across the moon ´04
Etiene de Cracy - Grosker
Plaza - In fiction
Mocky - Mickey mouse muthafuckers
Kellis & Andre 3000 - Millionaires
Outkast - I think i´m in love

( EXTRA )

Nick Drake - River man
Smiths - Story of my life
Cocteau Twins - Blue beard

Where were you in 82 ?

Um dos meus discos do momento chama-se "Remixes 81-84".
Sai no final do Mês e traz de volta uma das minhas bandas de eleição, os Depeche Mode.
Digipack com três cds, mais um de remisturas raras e outro (normal) á lá " singles best of", compõem este "Greatest hits remixed", que faz, exemplarmente, o Upgrade do grupo para o novo século.
Por aqui passam alguns dos melhores remixers do momento: Colder, Danny Tenaglia, Daniel Miller, Underworld, Portishead, Timo Maas, William Orbit, Francois Kervokian, Krueder & Dorfmeister, entre muitos outros.
Ando em loop a ouvir "Enjoy the silence", revisto pelo Ewan Pearson, e também "Halo" e "Home", pelos Goldfrap e Air, respectivamente.
O resto tenciono descobrir e consumir com calma, sem grandes pressas, como quem sorve um licor espirituoso a bater o pé.
...

Á boleia, resgatei da prateleira "Speak and spell" e "A broken flame", os dois primeiros álbuns dos Depeche Mode.
Datam do inicio dos anos 80 e são obras fundamentais para perceber a corrente Neo-Romãntica dos Eighties e o arranque da contaminação /exposição da electrónica por parte do grande público.
Estavamos em 1982.
Vinte e dois anos depois, é ainda um prazer ouvir temas como " See you", " Leave in silence" ou " Get the balance right". É gratificante a sensação, misto de bem-estar e nostalgia.
Sinto-me priviligiado por ter crescido neste tempo. Sorrio em antecipação, imaginando-me no Lux " ladeado de uma geração que desconheçe os Depeche mas que estará no mesmo comprimento de onda.
Esta é a geração do Tiga, do Felix, da Miss Kittin, das Chicks on Speed, dos Ladytron, Soviet, Schneider, Zootwoman, Fisherspooner e toda esta nova malta que sorve descaradamente os Depeche, Kraftwerk, Human League, Yazoo, Heaven 17, Visage e afins, num baralhar e dar de novo que tem tudo de engraçado, mas nada de original. Nem musicalmente nem taopouco em atitude.
O histerismo do "80´s revival" que assola o pais desde há dois anos, e que teima em partir, arrastando mulidões por festas do Club Kitten - e afins - de norte a sul é, a meu ver, explicado por uma falta de referêncial comum de toda uma geração que a música ( e as próprias bandas ) não conseguem fidelizar, tal o vórtex consumista e a imediatez do mesmo.
Há que ouvir depressa e ver mais rápido ainda, porque a caminho vem já outra "Next Big Thing" pronta a estrear. Não há tempo para envolvimentos, não há paixão na novidade...não há alma no plastico.
Faltam canções a sério com tanta música para os olhos!
E falta também alguma ingenuidade, deles e nossa, que não é passivel de reprodução, por mais que se tente, num estúdio moderno...de som ou de imagem.
De resto, nunca uma cópia suplantou o original!
Os "puristas" do Electro(Clash) deviam "bater a pala" a estes senhores.
Ou, pelo menos, indigar melhor sobre a validade artística da coisa...




O tal canal...

Ao chegar a casa, decido-me, ingénuamente, para efeitos de Chill Out, por um Zapping rápido na Tv.
Confesso que não a utilizo regularmente, a não ser a altas horas da madrugada, para uma ou outra série ou um actualizar das notícias.
E acabo por perder ( muito!) mais tempo do que tencionava, perante a sucessão de barbéries que desfilam no ecrã.
Estupefacto, vejo esbugalhado:
. Fernando Mendes a apresentar o "Preço certo" na RTP.
. Julia Pinheiro, partner de um burro falante na TVI.
. O novo single dos Ozone na MTV.
. O "nosso" primeiro a falar ao país em directo.
. Quim Barreiros a animar o comicío de campanha do PS na :2.
...
Receando que daqui a nada me entre pela casa dentro a Tatiana Romanov, deabulando pelas couves e questionando-se sobre "o que é feito da revolução de Abril", desligo a caixa que mudou o mundo e vou para os tachos.
O Chill Out, afinal, fica por conta do CD dos Zero 7 que felizmente potencia outras imagens ...

Rurality Show

E lá avança o pais, com porcos, cabras e bichos á solta na Tv.
Com gente estranha nas bancas e "Tunga tunnings" nas estradas.
Com escândalos diversos, sob o espectro do retorno do lápis azul.
Com "pontes" em tempo de crise, com alunos ( ainda ) sem aulas, com professores ( ainda ) sem ordenado, com a pequena Joana ainda a "monte"...
O país segue a toque de caixa dos Batanetes e ri que nem um maluco enquanto come morangos.
Valha-nos o sol nestas tardes solarengas de Outubro.
Valha-nos isso!
Neste país pequenino.
Nesta festa brava ...